A internet é hoje em dia o reflexo daquilo que somos para o bem e para o mal. Eu criei este blogue com o objectivo de falar sobre a cultura pop - musica, cinema, livros, fotografia, dança... porque gosto de partilhar a minha paixão, o meu conhecimento a todos. O meu amor pela música é intenso, bem como a minha curiosidade pelo novo. Como não sou um expert em nada, sei um pouco de tudo, e um pouco de nada, o gosto ultrapassa as minhas dificuldades. Todos morremos sem saber para que nascemos.
29/04/2009
NEKO CASE
MICKEY ROURKE
Fotos inéditas dos Beatles e Stones
Foto de John Lennon a relaxar nos vestiários do estádio J.F.K, na Filadélfia, em Agosto de 1966. Foto tirada num hotel na Flórida, durante a quinta turnê dos Stones nos EUA, no dia em que Jagger e Richards escreveram '(I can't get no) Satisfaction'. (Foto: Bob Bonis, copyright 2009 de 2269 Productions, Inc.) Fotos do tour manager Bob Bonis registam os Beatles e os Stones nos EUA relaxando. Uma série de 50 fotos inéditas - que permaneceram guardadas em uma bolsa por mais de quatro décadas - mostram o lado mais íntimo e irreverente de duas das maiores bandas de rock na história, os Beatles e os Rolling Stones. As fotos foram tiradas pelo americano Bob Bonis, o tour manager que acompanhou as bandas em suas primeiras turnês pelos Estados Unidos, entre 1964 e 1966. Foram essas turnês - e aparições no rádio e na TV - que acabaram consolidando o sucesso estrondoso das duas bandas no país e no mundo. Bonis era um fotógrafo amador e a maioria das fotos registram integrantes das bandas relaxando em hotéis ou nos camarins de locais shows.
Foto de Brian Jones, que viria a ser encontrado morto na sua piscina em 1969, diverte-se com Keith Richards. (Foto: Bob Bonis, copyright 2009 de 2269 Productions, Inc)
PELE DA BATERIA DOS BEATLES
KURT COBAIN
Courtney Love e a fortuna de Kurt Cobain
DEERHUNTER
FOALS
GANG OF FOUR
ALL TOMORORW´S PARTIES 20009
Sleepy Sun
Colecção do ex-Clash- Mick Jones
FRIDA KAHLO
Circulam no mercado mais de 400 pinturas falsas da artista mexicana, alertam os especialistas.
Já há mais Frida Kahlos falsos do que Frida Kahlos verdadeiros, denunciaram anteontem vários especialistas na sequência da suposta aparição, há seis dias, de cinco novos quadros da artista mexicana. São pelo menos 400 - os suficientes para abrir um "museu de falsos". "O submundo das obras não reconhecidas de Frida tem um longo historial e podemos dizer que ela está a produzir mais morta do que viva", resumiu Carlos Phillips Olmedo, director dos museus Frida Kahlo, Diego Rivera-Anahuacalli e Dolores Olmedo da Cidade do México.
Pintor retrata Berlusconi
28/04/2009
CAN
ALAN VEGA
Joe Zawinul + Weather Report
David S. Ware
Morning Music de Mia Doi Todd
LARS HOLLMER
Lars Hollmer
Rē Records Quarterly Vol.1 No.1
FOCUS
Volapük
Daevid Allen
27/04/2009
the Matador Records 10th Anniversary Anthology
Patti Smith, Roots, Moby no Southban Meltdown festival
Bob Dylan,
Mike Patton com Mutantes
ANTENA 3
21/04/2009
Van Gogh
Honoré de Balzac
PADRE ANTONIO VIEIRA
The Allman Brothers
20/04/2009
RAIMUND HOGHE
«36, Avenue Georges Mandel», no palco hoje estará, como é habitual nos seus trabalhos, vazio. Incrivelmente vazio. O criador e os gestos de enorme delicadeza, lentos, simples, profundamente tocantes, mexendo-se pouco, em que o que tem de ficar na memória e na visão de quem o assiste é realmente o gesto, e é por isso que esse gesto constrói o ritmo e pode tornar a experiência inesquecível.
Dizem os programadores, sobretudo alemães, que os espectáculos de Raimund Hioghe, tinham demasiado Raimund Hoghe e menos dança. Nem era necessariamente da falta de movimento que se queixavam, um argumento normalmente atirado à cara de um coreógrafo que trabalha na essência do gesto em vez de na superficialidade e artifício do movimento. Queixavam-se mesmo de uma ocupação do palco por uma figura que, diziam eles, já tinha provado ser capaz de ultrapassar o impacto da imagem, apesar da sua estranha figura, e hoje estar reduzido a uma fórmula que raiava o exibicionismo.
Raimund Hoghe é, na verdade, tão famoso pela extrema exigência do seu trabalho como pelo raquitismo que o enferma e a corcunda que lhe deforma as costas. A sua figura pode causar repulsa e é verdade que Hoghe fez disso um ponto de partida fundamental para questionar, realmente, de que falamos quando falamos de corpo. E, por isso, ter sobre a dança um dos mais inteligentes olhares. Um olhar verdadeiramente actual em vez de contemporâneo. Ao dedicar-se a uma leitura à-flor-da-pele dos clássicos (fê-lo já com Lago dos Cisnes, Sagração da Primavera, L’aprés-midi d’un faune ou Bolero), a uma exposição do corpo egotista e crú em confronto com outros mais perfeitos (o seu Young People, Old Voices, mas também na peça seminal Regi, de Boris Charmatz), e sobretudo a um (ab)uso da biografia (Meinwarts, Lecture-performance) ou a deslocação da identidade, e até mesmo a provocação de uma alteridade, como no caso de Maria Calllas (36, Avenue Mandel) criou um corpo dramatúrgico raro e único, intransmissível no que isso tem de mais belo, de mais efémero e de mais trágico.
Imaginar que o mais inovador (com todo o risco que isso acarreta) dos coreógrafos contemporâneos mundiais pode estar a ser posto de lado por lógicas de programação que temem a repulsa dos espectadores (muitos deles disfarçando, desta forma, a sua própria e profundíssima ignorância e revelando, a final, o enorme desprezo pelo trabalho que dizem fazer) é não só grave como vive assombrado por um elitismo estético de contornos totalitários que não imaginávamos possíveis num país como a Alemanha. E no entanto…
No entanto, nada disto é uma novidade. Há quase quinze anos, num outro país alegadamente democrata, ficou célebre o artigo da crítica norte-americana Arlene Croce sobre a vitimização de Bill T. Jones. A eminente critica do New York Times escreveu um artigo procurando provar que Bill T. Jones usava o facto de ser negro, homossexual e portador do HIV para se vitimizar. Ao recusar criticá-lo (de lhe dar estatuto igual “aos outros”) Croce acreditava estar a fazer o seu papel, não exactamente de juiz que legitima mas mais de um garante moralizador numa disciplina que não podia ser sustentada “apenas e só” em aspectos extemporâneos à coreografia. Era assim com Bill T. Jones e o seu Still/Here, parece ser assim com Hoghe. Hoghe pode ser Hoghe desde que seja um pouco menos Hoghe.
Não será necessário recordar que o discurso sobre corpo na Alemanha assumiu contornos particulares, muito por causa de razões históricas e politicas. E que a dança, nesse particular, soube ampliar numa lupa extraordinariamente clarividente uma reflexão que vai muito mais longe que a representação e identificação imediata. Pina Bausch, em particular no encontro que promove com os corpos que vai encontrando nas diversas paragens que fez pelo mundo fora, Susanne Linke, com um corpo mais tenso e dramático, e até mesmo Brecht, no teatro, ou Fassbinder, no cinema, com os seus corpos-múltiplos e tendencialmente num conflicto alma-matéria, fazem parte de um universo complexo que Hoghe partilha e, muitas vezes, estilhaça.
A sua inteligência incomoda mais que a sua fealdade. E a acuidade das suas propostas é mais denunciadora da retórica na qual se têm baseado lógicas de programação, aberturas de concursos, linhas de apoios, estratégias internacionais ou quadros temáticos em festivais medíocres, do que é um empecilho para se compreender o que quer dizer. Com o argumento, ao qual ele não pode, nem quer, escapar, o que os programadores fazem é dar razão a um autor que sabe bem que um corpo vale menos que a imagem que fazemos dele. Ter, ou não, encontrado uma fórmula para defender uma das mais sérias e transversais teorias da construção discursiva coreográfica é uma mais-valia que suplanta todas as mal explicadas teorias sobre os gostos do público.
"Tiago Bartolomeu Costa in www.idanca.net,
Raimund Hoghe
O coreógrafo Raimund Hoghe regressou ao Porto, para apresentar um dos seus últimos trabalhos a solo, "36, Avenue Georges Mandel" de Callas, uma das mais célebres figuras da musica erudita do séc. XX.
Será a primeira vez que esta peça, cuja figura central é a cantora lírica Maria Callas, é apresentada em Portugal.
Este trabalho de Raimund Hoghe evoca o legado da que terá sido a mais brilhante diva da ópera no século XX e, em paralelo, a obra pessoal do coreógrafo.
É descrita por quem já a viu como "uma peça austera e contida, que se inspira simbolicamente na voz gloriosa de Callas para sugerir emoções e memórias associadas à sua vida, à vida de Raimund Hoghe e à humanidade".
O título - 36, Avenue Georges Mandel - alude à última morada onde morreu Maria Callas,sozinha, sem ninguém, nem amigos, como um sem abrigo.
RAIMUND HOGHE
Raimund Hoghe nasceu em Wuppertal e começou a sua carreira a escrever para o semanário alemão Die Zeit, retratos de personagens estranhos e celebridades, que posteriormente foram compilados em vários livros. Entre 1980 e 1990 foi dramaturgista do Tanztheater Wuppertal de Pina Bausch, o que veio igualmente a dar origem a mais dois livros. Desde 1989 que cria as suas próprias peças para actores e bailarinos, e desde 1992 que mantém colaboração com o artista visual Luca Giacomo Schulte. Em 1994 criou o primeiro solo para si próprio, Meinwärts, que, juntamente com os subsequentes Chambre séparée (1997) e Another Dream (2000) constituem uma trilogia sobre o séc. XX. Raimund Hoghe tem trabalhado frequentemente em televisão, em projectos como Der Buckel, um auto-retrato de uma hora feito em 1997 para WDR (Rádio e Televisão Alemã Ocidental). Os seus livros estão traduzidos em várias línguas e tem apresentado os seus espectáculos por toda a Europa, no Japão e Austrália. Vive em Düsseldorf e recebeu vários prémios, incluindo o Deutscher Produzentenpreis für Choreographie (Prémio de Coreografia dos Produtores Alemães), em 2001.
Pier Paolo Pasolini escreveu "Atirar o corpo para a luta". As suas palavras inspiraram-me para subir ao palco. As minhas outras fontes de inspiração foram a realidade à minha volta, o tempo em que vivo, as minhas memórias da história, as pessoas, as imagens, os sentimentos, e o poder e a beleza da música, além do confronto com o próprio corpo que, no meu caso, não corresponde aos ideais convencionais de beleza (…). Raimund Hoghe