20/04/2009

Raimund Hoghe

Eu um apaixonado por dança contemporânea, não perco uma coreografia, hoje não podia deixar de assistir a Raimund  Hoghe. Raimund como devem saber tem uma deficiência física de nascença ( é pequenino e tem uma corcunda).A forma rigorosa como nos apresenta é de um detalhe invisual que se torna visível á nossa sensibilidade ocular, deixa-nos sem fôlego com a genialidade da sua obra. Ensina-nos a ver o que há para além do óbvio, para além da massa de cor. As suas peças remetem quase sempre para questões sociais e que são fundamentais para abanar a estrutura que teima em continuar numa norma paranormal.

O coreógrafo Raimund Hoghe regressou ao Porto, para apresentar um dos seus últimos trabalhos a solo,  "36, Avenue Georges Mandel" de Callas, uma das mais célebres figuras da musica erudita do séc. XX.

Será a primeira vez que esta peça, cuja figura central é a cantora lírica Maria Callas, é apresentada em Portugal.

Este trabalho de Raimund Hoghe evoca o legado da que terá sido a mais brilhante diva da ópera no século XX e, em paralelo, a obra pessoal do coreógrafo.

É descrita por quem já a viu como "uma peça austera e contida, que se inspira simbolicamente na voz gloriosa de Callas para sugerir emoções e memórias associadas à sua vida, à vida de Raimund Hoghe e à humanidade".

O título - 36, Avenue Georges Mandel - alude à última morada onde morreu Maria Callas,sozinha, sem ninguém, nem amigos, como um sem abrigo.

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