16/02/2012

MUSICOS DE JAZZ E A CRISE

Será que também os musicos contribuem para a tão badalada palavra da ordem dos dias de hoje, CRISE.

Não esqueçer que há muitos tipos de crise.

No número 4 da Revista "O Papel do Jazz", numa versão trilingue (Português, Espanhol e Inglês), tem um número bem interessante pelas curiosidades históricas sobre o Festival de Jazz de Cascais (cuja 1ª edição se verificou em 1971), mas, sobretudo, pelo artigo de Pedro Costa sobre os músicos de jazz estrangeiros residentes em Portugal.


No que respeita ao jazz Pedro Costa é peremptório: "... o jazz feito em Portugal confina-se ao estilo Americano... A maioria dos músicos portugueses está completamente afastada do que se pratica em alguns países da Europa como a Holanda, França e Itália". Aqui temos uma clara opção pela não, isto é, para Pedro Costa não existe jazz português.

No artigo, além dos factos, o que se pode destrinçar é um método de análise que vai para além da música, porque penetra no social.

- Gregg Moore, trombonista norte-americano: "os músicos portugueses não gostam de ensaiar, não aparecem ou chegam miseravelmente tarde com uma desculpa qualquer".

- Carlo Morena, pianista italiano: "em Portugal as possibilidades são muitas, embora o desenvolvimento seja lento".

- Claus Nymark, trombonista dinamarquês: "os músicos portugueses gostam pouco de trabalhar em grupo, ensaiar, como tal, trabalha-se pouco nos projectos que estão sempre condenados a um ou dois "gigs". Este músico dinamarquês acha ainda que o público português é um tanto ou quanto snobe e pergunta: "como é possível o mesmo artista ter a casa cheia na Gulbenkian e tocar no Hot Clube para meia dúzia de pessoas?"

O anúncio é de 1956 e terá sido publicado no Jornal Cidade de Tomar.
Jazz era o nome que se dava em Portugal, desde os anos 20, à bateria (instrumento) pelo que o baterista era conhecido como jazz-bandista.

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