A internet é hoje em dia o reflexo daquilo que somos para o bem e para o mal. Eu criei este blogue com o objectivo de falar sobre a cultura pop - musica, cinema, livros, fotografia, dança... porque gosto de partilhar a minha paixão, o meu conhecimento a todos. O meu amor pela música é intenso, bem como a minha curiosidade pelo novo. Como não sou um expert em nada, sei um pouco de tudo, e um pouco de nada, o gosto ultrapassa as minhas dificuldades. Todos morremos sem saber para que nascemos.
09/08/2009
DAVID BYRNE - Playing the Building
David Byrne não quer abalar tudo; talvez, só dar uma mexida . O ex-líder dos Talking Heads transformou o Roundhouse de Londres, um antigo abrigo de máquinas ferroviárias, num instrumento musical gigante para a instalação de “Playing the Building” .
O trabalho convida os visitantes a fazerem a estrutura de tijolos e ferro vibrar e oscilar através de uma série de fios e cabos ligados ao corpo de um antigo órgão de pedal. A música produzida é rudimentar, uma cacofonia de “clangs”, “uhhhms” e açovios.
“Não dá para tocar Bach”, diz Byrne – isso faz parte do apelo da instalação. “Ele nivela o nível técnico em termos de performance. Todos somos amadores ao tocá-lo. As lições de piano que você teve quando era criança não vão ter muito uso”.
Cada uma das teclas está ligada a um dos cabos multicoloridos que se serpenteiam sobre o órgão em direcção ao tecto do prédio em estilo vitoriano. Algumas das teclas sopram ar no encanamento do prédio. Outras fazem pedaços de metal baterem em pilares de aço, ou ligam motores que fazem as vigas ressoarem.
“Não tem nenhum amplificador, nenhum aparelho electrónico, sampler, ou qualquer dessas porcarias modernas”, explica Byrne. “É tudo feito de coisas velhas, mecânicas”.
Construído em 1846 para a London and Birmingham Railway, o Roundhouse virou uma famosa casa de shows na década de 1960 e 1970, com grupos como os Pink Floyd e os Doors. Mas o prédio ficou abandonado durante anos até ser reaberto em 2006 como espaço para música e teatro.
Normalmente funciona como anfitrião para a música dos outros. “É a primeira vez que o Roundhouse tem a chance de tocar sozinho”, diz o director artístico Marcus Davey. Byrne diz que a mudança de papéis é um dos atractivos de “Playing the Building”. “Nós estamos acostumados a consumir arte e cultura. Nesse caso, temos que a produzir”.
Byrne, aos 57 anos, tem uma carreira solo como músico e artista visual desde que os Talking Heads parou de gravar discos no final da década de 1980. Byrne diz que seu trabalho é guiado por uma inclinação para a acessibilidade à sua arte e ás suas colaborações musicais com Brian Eno.
“A maior parte das coisas que eu faço não é obscura ou difícil”. “Elas têm que ser acessíveis para o cidadão comum”.
A última tourné de Byrne pela Europa tocando músicas que compôs com Eno, termina neste domingo (9) no festival Big Chill, Inglaterra.
Ele também instalou “Playing the Building” numa fábrica abandonada em Estocolmo, Suécia, e no edifício Battery Maitime em Nova York.
O Roundhouse traz boas lembranças para Byrne, que tocou no local com os Talking Heads em 1976, numa noite que contou com Ramones e Stranglers. Byrne disse que nunca se esqueceu do hábito de cuspir dos fãs britânicos. “Para alguns de nós era a primeira experiência com aquelas cuspidelas. Então eu nunca esqueci o lugar”.
“Playing the Building” é apresentado no Roundhouse em Londres entre sábado (8) e o dia 31 de Agosto.
/tv.boingboing.net/2008/06/10/david-byrne-and-xeni.html
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