Caiu, no domingo, mais um símbolo da combalida indústria musical. A Virgin encerrou as últimas lojas que ainda mantinha nos EUA, este fim-de-semana.
O encerramento das megastores de Nova Iorque e Hollywood (Los Angeles) marca o fim da era de domínio da cadeia de Richard Branson no mercado da venda de discos.
O 'adeus' da Virgin a Nova Iorque foi assinalado com uma promoção de 90% sobre todos os produtos expostos na loja, incluindo os expositores e mobília. Um fim com um toque algo amargo para a mais antiga (e única) megastore de discos de Manhattan e, junto à loja de Times Square, também já fechada, a estrela-mor do império de 23 lojas que a companhia de Branson detinha na América do Norte.
"Infelizmente, as grandes lojas de música viraram um dinossauro", lamentou, ao jornal "The New York Times", o ex-empregado da Virgin Tony Beliech, de 39 anos, com um punhado de CDs nas mãos que, somados, custaram-lhe menos de US$ 20. "Mas isso aqui funcionava também como um ponto de encontro social, algo que a compra de música pela internet não pode oferecer".
Este é apenas mais um sinal da crise que atingiu o âmago da indústria discográfica. De acordo com um levantamento do Almighty Institute of Music Retail ainda existem 2 mil lojas independentes de vendas de discos em todos os EUA, incluindo dezenas em Nova Iorque. Nos bons tempos, a 'cidade que nunca dorme' albergava três gigantes da venda de discos, mas nos últimos tempos, além dos encerramentos da Virgin, contam-se o fechar de portas das megastores da HMV (2004) e da Tower Records (2006).
Para o analista financeiro Michael McGuire, "o 'Titanic' que são os suportes físicos começou a afundar lentamente em 2000, algo traumático para os empregados neste negócio, mas previsível dentro desta transição para o modelo digital". De acordo com a empresa de consultoria Nielsen SoundScan, desde 2000, quando 785 milhões de unidades foram vendidas, a indústria amarga uma queda de 45% nas vendas de discos.O declínio das megastores está directamente associado à quebra na venda de discos nos últimos dez anos.
A Virgin encerra assim as portas em terreno norte-americano, mas ainda mantém lojas na Europa, sobretudo em França, onde são geridas pelo Lagardère Group, o que levou a que actue sob diferentes denominações, entre elas, Furet du Nord.
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