18/06/2009

Joseph Conrad

Há cem anos saía a publicação de "O Coração das Trevas", de Joseph Conrad. Uma espécie de tratado sobre aquilo de que não se diz o nome,- Marlow é um marinheiro experiente que, ao embarcar em mais uma viagem,começa a contar uma historia sobre algo ou alguem, relembra acontecimentos passados decorridos quando havia sido capitão de um barco pertença de uma companhia que “explorava” uma indeterminada região do interior de África. Toda a narrativa (contada por um dos ouvintes de Marlow) é dominada pela figura fisicamente ausente de Kurtz. Ainda como uma criação da criação, 23 anos depois T.S. Eliot inicia seu poema "Os Homens Ocos" com a epígrafe "Mr. Kurtz -- ele morreu". Sabemos da ironia do poeta, que, afinal, as coisas não morrem, pois "muito longa é a vida", para frente ou para trás. A prova, ou uma delas, é que, passadas algumas décadas, outra espécie de narrador, o cineasta Francis Ford Coppola, colocou os versos do poeta na boca desses personagens: Kurtz e Marlow, transformados então em capitão e soldado, no filme "Apocalypse Now". Representando outra guerra, a do Vietnã, numa época diferente portanto, mas sob o mesmo sentimento de que então "é assim que o mundo acaba": ao vislumbrarmos o inominável, o abominável que, de resto, sabemos quem somos.

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