29/10/2019

BANDA DO CASACO canto de amor e trabalho





Às 16h e 21 mns do dia 11 de Julho de 2001 os Bombeiros de Queluz receberam uma chamada para acudirem a uma mulher com aparente paragem cardíaca. Quem fez a chamada foi uma amiga que estranhado ela não atender o telefone se dirigiu para a casa da amiga de que tinha a chave. Quando os bombeiros lá chegaram já encontraram a mulher morta, perto do corpo uma embalagem de comprimidos. Vazia.
De seu nome Cândida Maria Soares Coelho, iria fazer 52 anos a 12 de Novembro. Desistiu antes.
E deixou uma legião de admiradores que foram mudando ao longo da sua vida.

No seguimento da euforia do 25 de abril de 1974 surgiram em Portugal uma série de grupos musicais que se dedicaram à recolha e divulgação da música de expressão popular, na senda do que havia começado a fazer anos antes Michel Giacometti, um corso a viver em Bragança devido a uma tuberculose persistente. Alguns desses grupos não se limitaram a transcrever o que ouviam, optando antes pela construção de novas formas musicais. De fusão, dizia-se. Rock progressivo também . E de Vanguarda. E Experimentalista.
Entre esses grupos surgiu um cujos elementos, além dos tradicionais bombos e violas e pianos, usavam os sons de latas de desodorizante em spray e caixas de fósforos. Banda do Casaco era o nome do grupo. O seu segundo disco, editado em 1976, com o sugestivo nome de Coisas do Arco da Velha fez o ponto de viragem na música portuguesa.
Deste grupo fizeram parte algumas das vozes, poetas e músicos que iriam anos depois promover nova revolução com a chegada do Rock falado em Portugûes, porta aberta por Rui Veloso e Carlos Tê.
Nesse álbum de 1976, uma das músicas, a terceira, tinha o título de Romance de Branca Flor.
Nesse album , a voz feminina era ... da mulher que os Bombeiros de Queluz iriam anos mais tarde tentar socorrer. Que nessa tarde trágica já só era conhecida por esse nome de Cãndida Branca Flor.

É dela a voz nesta linda Canção de Amor e Trabalho.

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