21/09/2018

BANKSY

Ninguém sabe quem ele é mas toda a gente sabe o que faz. Não há trabalho de Banksy que passe despercebido, nem há ninguém que queira estar na mira do street artist britânico, conhecido pelos seus trabalhos satíricos e humorísticos. O artista voltou ao ataque e em época natalícia, a igreja católica e os escândalos de abusos sexuais foram os motivos do seu mais recente trabalho: um busto de um padre com a cara escondida atrás de uns azulejos.

"Cardinal Sin" é um busto de um homem que não tem cara e apenas pelos seus adereços e roupas se entende que é alguém da igreja católica, talvez um padre ou um cardeal. A substituir os seus olhos, nariz e boca, traços que permitiriam facilmente identificar o homem da escultura, estão azulejos de casa de banho, colocados de forma a criar um efeito pixelizado, frequentemente usado na televisão, jornais e revistas para preservar a identidade de alguém.

A alusão do artista é clara: os escândalos sexuais que envolvem padres e crianças e que, segundo o Banksy, têm sido abafados pela igreja católica. Como se em vez de se protegerem as crianças, fossem os padres os protegidos, cuja identidade e integridade continuaria preservada, apesar de todo o mal denunciado. "Eu nunca tenho a certeza sobre quem merece ser posto num pedestal ou ser esmagado por um", escreveu em comunicado, citado pela BBC, Banksy, pseudónimo do artista cuja verdadeira identidade não é conhecida.

A obra foi dada a conhecer na Walker Art Gallery, em Liverpool, onde está exposta na sala de arte religiosa do século XVII, ao lado de trabalhos históricos como um retrato do arcebispo de Sevilha de 1673, pintado por Murillo, ou uma representação da Virgem de Rubens.

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