29/03/2014

SUN RA ARKESTRA - PORTUGAL- SERRALVES


É a notícia do dia e do ano: a Filho Único acaba de anunciar a visita da Sun Ra Arkestra a Portugal ainda este anos. Os concertos são dois e até já estão marcados: o primeiro acontece a 1 de junho, no Serralves em Festa (Porto) e o segundo terá lugar no B.Leza (Lisboa) logo no dia seguinte. Os concertos acontecem numa altura em que se celebram 100 anos sobre o nascimento de Sun Ra (1914 - 1983) e os 90 anos do actual líder Marshall Allen. OBRIGATORIO. Sun Ra abandonou há duas décadas, no dia 30 de Maio de 1993. Na introdução de “Space is The Place – The Lives and Times of Sun Ra”, John F. Szwed escreve: «Há alguns anos, um jornalista alemão abria a sua crítica a um concerto de Sun Ra com a questão “génio ou charlatão?”. Ele poderia ter acrescentado “louco” à sua pergunta, porque esses são os papéis que foram atribuídos a este lendário e semi-recluso músico de jazz americano e que fazem parte do mistério de um dos mais estranhos artistas que a América já produziu.» O triplo CD que a Fantastic Voyage – editora cujo nome de baptismo bem poderia ter sido inspirado pela vida de Sun Ra – acaba de dedicar ao homem do leme da mítica Saturn, “A Space Odyssey – From Birmingham to the Big Apple: The Quest Begins” é uma excelente porta de entrada no, de facto, estranho e talvez por isso mesmo fascinante universo de Herman Poole Blount, o homem que o mundo recorda como Sun Ra. Kris Needs, responsável pela selecção do material presente neste álbum, começa, nas suas notas de capa, por enumerar alguns dos pilares do estatuto que a história consagrou a Sun Ra: «Ele foi o primeiro músico a declarar que o espaço era o lugar, passando a sua vida a trabalhar para criar pinturas tonais que traduzissem o que o espaço poderia ser. Foi também o primeiro a encorajar a improvisação colectiva no contexto de uma “big band” e a usar teclados electrónicos no jazz. Ele antecipou o psicadelismo e o afro-centrismo, usando bailarinos e roupas exóticas para amplificar os seus conceitos do outro mundo. Criou a sua própria etiqueta para operar nas margens da indústria discográfica, editando prensagens rudimentares e extremamente limitadas em capas feitas à mão, o que fez dele um pioneiro das editoras independentes de espírito “faça você mesmo”».

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