23/05/2013

R.I.P. RAY MANZAREK

Morreu no dia 20 de Maio em Rosenheim, na Alemanha, aos 74 anos, o teclista e compositor Ray Manzarek, um dos fundadores da banda The Doors ao lado de Jim Morrison.

Segundo informações da família, ele sofria de um cancro no ducto biliar- vias biliares.

O som do seu órgão era um dos mais reconhecíveis da música rock.
A imagem do seu tronco curvado sobre as teclas, uma das mãos desenhando linhas de baixo, a outra divagando pelo órgão, ficarão para sempre associadas a uma banda, os Doors, e a um tempo, os anos 1960.

Ray Manzarek foi um dos instrumentistas que melhor os representou e foi, até ao fim da vida, nesta segunda-feira, totalmente um filho das ambições estéticas e dos sonhos de reinvenção e despertar espiritual desse tempo.

Um romantismo perfeitamente ilustrado no início de tudo. Manzarek encontrou Jim Morrison, colega da mesma faculdade de Los Angeles, na praia de Venice. Morrison mostrou-lhes algumas letras que escrevera. "Moonlight drive": "Let's swim to the moon / Let's climb to the tide". Os Doors nasciam ali, naquela tarde.

 Em 2002, Manzarek reuniu-se com o guitarrista Robby Krieger para recuperarem os trabalhos da banda que ficou na história através do vocalista Jim Morrison (que morreu aos 27 anos e cuja campa, em Paris, é ainda hoje motivo de peregrinação) e dos vários álbuns, que venderam mais de 100 milhões a nível mundial, pontuados por presenças em bandas sonoras como a do filme Apocalypse Now, de Francis Ford Coppola.

Desde então, os dois membros fundadores da banda, em conjunto com o vocalista dos The Cult, Ian Astbury, passaram por Portugal, pelo menos, três vezes, atuando no Pavilhão Atlântico e no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, e no Festival Marés Vivas, em Vila Nova de Gaia.

Manzarek chegou a fazer discos de "spoken words" com o poeta beat Michael McLure e mantinha uma atividade artística intensa. Prosseguia tocando com The Doors e com a sua banda reformada, a primeira com Ian Astbury (ex-The Cult) nos vocais e a última com o cantor Scallions (ex-The Fuel).

Segundo contou o guitarrista Robby Krieger, no ano passado, eles pretendiam vir uma terceira vez ao Brasil, desta vez com o cantor David Brock, que toca numa banda de covers dos Doors chamada Wild Child.

Ele também gravou um disco, ainda inédito, com guitarrista Roy Rogers (eles já tinham lançado, em 2008, o álbum Ballads Before the Rain), segundo revelou Rogers recentemente. "Quando conheci Ray Manzarek, há uns seis ou sete anos, primeiro desenvolvemos uma amizade. Ele é um ícone do rock, não há lugar no planeta que não conheça The Doors. Mas vimos que havia uma compatibilidade musical entre a gente, o teclado dele caía como uma luva na minha guitarra. Nos divertimos muito por aí", contou Roy Rogers.

 Até 1971, data da morte de Jim Morrison e da edição de LA Woman, o último álbum do vocalista com os Doors, Ray Manzarek firmou com a banda o seu legado na história da música popular urbana. Álbuns como Strange Days ou Morrison Hotel e canções como Light my fire, The end, When the music's over ou Riders on the storm têm a marca do seu talento que, segundo o próprio, residia mais na liberdade da imaginação que na força do virtuosismo. "Sou basicamente uma espécie de pianista de 'cocktail jazz'. Serei o primeiro a admitir que não sou um teclista muito bom", terá afirmado um dia.

Na memória dos fãs ficam temas como: Break on Through to the other side”, ou “Light my Fire”.

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