14/12/2012

R.I.P. RAY BRADBURY

O mestre da ficção científica, um dos autores mais lidos da sua geração, o escritor norte-americano Ray Bradbury, autor de Fahrenheit 451 (1953), adaptado ao cinema pelo francês François Truffaut, e de Crónicas Marcianas (1950) morreu em Junho passado, com 91 anos, em Los Angeles. Um verdadeiro escritor de culto, escritor de cabeceira dessa geração inconformista que ligava Bradbury com Orwell seguido de Huxley.

Autor prolífico – para além de centenas de novelas escreveu mais de 30 romances, contos e poemas, além de guiões para cinema e televisão –, Ray Bradbury fazia dos seus livros em que criava mundos fantásticos espaços de crítica aos excessos da sociedade contemporânea.

Aos 91 anos deixou-nos um mágico que nos mostrou os seus melhores truques em romances como "The Martian Chronicles" Crónicas Marcianas uma obra sobre os riscos da desumanização perante o avanço científico, "Fahrenheit 451" feito numa máquina de escrever que precisava de uma moeda para funcionar, na biblioteca da Universidade da Califórnia, evoca os perigos do totalitarismo através da criação de uma era de guerra em ignorância, em que os bombeiros se ocupavam da queima de livros e não da extinção de incêndios,ou o sempre esquecido "Cemitério lunático", romances perfeitos na narrativa com um fundo comovente.

Nascido em Agosto de 1920 no estado do Illinois, Ray Bradbury, um dos fundadores da literatura fantástica contemporânea, deixou-se fascinar pelos livros aos sete anos, com Edgar Allan Poe, e aos 17 estreava-se nas páginas de uma revista de ficção científica, com a primeira novela das quase 500 que assinou, “Script”.

Transformara-se num rato de biblioteca e dizia muitas vezes que era um escritor autodidacta, que aprendera simplesmente a ler os grandes autores: “Ensinaram-me Shakespeare e Júlio Verne. Foi Edgar Allan Poe que me disse para escrever. […] Os grandes nomes foram a minha influência e com eles nunca precisei de mais conselhos”, contou numa entrevista.

Em 2010, por exemplo, chegou mesmo a defender numa entrevista ao jornal Los Angeles Times que os Estados Unidos precisavam de uma “revolução” para travar o poder desmesurado do Governo. “Na vida, como na escrita, devemos agir com paixão: [assim] as pessoas vêem que somos honestos e perdoam-nos muita coisa”, disse Bradbury.

Confessou em 2000 este homem da ficção científica que sempre se recusou a publicar os seus livros em formato electrónico e dizia com frequência que as pessoas tinham gadgets a mais.

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