Paulo Pedro Gonçalves, antigo guitarrista dos Faíscas e dos Corpo Diplomático (no final dos anos 70),
dos Heróis do Mar dos LX-90, ou Kick Out The Jams, gravou em 1998 um álbum que passava o
fado por filtro eletrónico.
Essa banda, Ovelha Negra, ficaria como
corpo estranho e muito elogiado com um disco apenas no currículo, “Eu sempre me senti uma ovelha negra ","No primeiro disco havia canções
originais gravadas de forma tradicional com guitarra portuguesa, viola,
cantores a que depois se adicionaram loops, samplers, baterias,
teclados, eguitarra eléctrica, etc." diz Paulo.
Agora regressa Ilumina,
anuncia-se como "completamente orgânico, sem loops ou sintetizadores"
e, além de Gonçalves, conta com várias colaborações, entre as quais a
angolana Kátia Silva, Sam Harley, o contrabaixista Arnulf Lindner e
Ralph Simin. Regresso aos universos do fado segundo a visão de Paulo Pedro Gonçalves, que divide o protagonismo das vozes com a cantora angolana Kátia Silva, tal como o músico reside em Londres.
Ilumina título do
novo álbum, acabado de editar, um disco que não estará à frente do seu
tempo. Nele, não há vestígios da eletrónica que marcou a estreia. Os
Ovelha Negra criados pelo guitarrista que vive em Londres desde a década
de 1990 pretende ser algo de diferente. “Já não tenho que ter medo das
canções”, diz Paulo Pedro Gonçalves. Ovelha Negra não é agora bicho
maldito. Simplesmente canções. Sem tempo.
Ano 1998. Paulo Pedro Gonçalves, ele da explosão punk portuguesa nos
Faíscas, distinto membro da new-wave nacional nos seus sucessores, os
Corpo Diplomático, reinventor da pop de raiz portuguesa nos Heróis do
Mar, trocava as voltas ao fado. Ovelha Negra era o canto e os trinados
passados por filtro electrónico. Um bicho estranho que a crítica adoptou
e elogiou mas que o público ignorou. “Estava à frente do seu tempo e
tornou-se um disco de culto”, diz 14 anos depois o guitarrista.
Hoje, A Ovelha Negra toca na sala 2 do São Jorge, em Lisboa,
inserida no cartaz do Misty Fest para apresentar a sua segunda vida
(19h).
A programação deste sábado do festival inclui ainda os Supernada
no São Jorge (Sala Manoel de Oliveira, 22h) e A Naifa no Centro Cultural
Olga Cadaval, em Sintra (22h).
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