03/11/2012

PAULO PEDRO GONÇALVES - Musica Portuguesa

Paulo Pedro Gonçalves, antigo guitarrista dos Faíscas e dos Corpo Diplomático (no final dos anos 70), dos Heróis do Mar dos LX-90, ou Kick Out The Jams, gravou em 1998 um álbum que passava o fado por filtro eletrónico.

 Essa banda, Ovelha Negra, ficaria como corpo estranho e muito elogiado com um disco apenas no currículo, “Eu sempre me senti uma ovelha negra ","No primeiro disco havia canções originais gravadas de forma tradicional com guitarra portuguesa, viola, cantores a que depois se adicionaram loops, samplers, baterias, teclados, eguitarra eléctrica, etc." diz Paulo.

Agora regressa Ilumina, anuncia-se como "completamente orgânico, sem loops ou sintetizadores" e, além de Gonçalves, conta com várias colaborações, entre as quais a angolana Kátia Silva, Sam Harley, o contrabaixista Arnulf Lindner e Ralph Simin. Regresso aos universos do fado segundo a  visão de Paulo Pedro Gonçalves, que divide o protagonismo das vozes com a cantora angolana Kátia Silva, tal como o músico reside em Londres. 

 Ilumina  título do novo álbum, acabado de editar, um disco que não estará à frente do seu tempo. Nele, não há vestígios da eletrónica que marcou a estreia. Os Ovelha Negra criados pelo guitarrista que vive em Londres desde a década de 1990 pretende ser algo de diferente. “Já não tenho que ter medo das canções”, diz Paulo Pedro Gonçalves. Ovelha Negra não é agora bicho maldito. Simplesmente canções. Sem tempo.

 Ano 1998. Paulo Pedro Gonçalves, ele da explosão punk portuguesa nos Faíscas, distinto membro da new-wave nacional nos seus sucessores, os Corpo Diplomático, reinventor da pop de raiz portuguesa nos Heróis do Mar, trocava as voltas ao fado. Ovelha Negra era o canto e os trinados passados por filtro electrónico. Um bicho estranho que a crítica adoptou e elogiou mas que o público ignorou. “Estava à frente do seu tempo e tornou-se um disco de culto”, diz 14 anos depois o guitarrista.

Hoje, A Ovelha Negra  toca na sala 2 do São Jorge, em Lisboa, inserida no cartaz do Misty Fest para apresentar a sua segunda vida (19h).

 A programação deste sábado do festival inclui ainda os Supernada no São Jorge (Sala Manoel de Oliveira, 22h) e A Naifa no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra (22h).

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