No ultimo fim-de-semana, houve no Porto uma festança, melhor Amplifestança, drone e um inesperado set novo dos Barn Owl, no Passos Manuel.No dia 27, o Amplifest arranca com um documentário sobre a banda norte-americana Fugazi.
No Hard Club, lideraram: o psicadelismo folk de Ben Chasny e dos seus Six Organs of Admittance, o jazz noir dos Bohren & Der Club of Gore, a semi-nudez ecléctica feito de noise e de blues, de jazz e distorção de Oxbow Duo, o ruído space rock de White Hills, o peso puro e duro da electrónica apocalíptica de Ufomammut, o alaúde espiritual de Jozef van Wissem na Sé, e Löbo/ RA, o cada vez mais assente pós-metal dos Process of Guilt, o negro dos Necro Deathmort, os barcelenses Black Bombaim, os surpreendentes Amenra e, claro, a banda com um intensíssimo culto a espectacular orquestra pós-rock, Godspeed You! Black Emperor.-na foto.
Tal era evidente nos concertos, em que a música surgia acompanhada da
projecção de imagens de, por exemplo, desolação urbana. No passado
chamaram-lhes “profetas do apocalipse”. Neste regresso, a classificação
surge como incorrecta. O apocalipse já chegou. “Começámos a fazer este
ruído juntos quando éramos jovens e não tínhamos dinheiro”, diziam há um
par de semanas numa das suas raras entrevistas, neste caso ao britânico
Guardian.
“Qualquer sentido político que tivéssemos nasceu de vivermos
num tempo em que a narrativa dominante era a de que tudo estava bem.
Isso era claramente mentira. Mas Bill Clinton era presidente, o Muro de
Berlim tinha caído, as nossas economias estavam a crescer e a internet
era esta magnífica coisa nova que nos iria libertar a todos.” Hoje, a
mentira que apontam está escancarada perante todos.
E os Godspeed You!
Black Emperor fazem o que nunca conseguiram impedir-se de fazer.
Ilustrá-la em som: “Toda a música é política, certo? Ou fazes música que
agrade ao rei e à sua corte, ou fazes música para os servos do outro
lado da muralha.”
Sem comentários:
Enviar um comentário