Directamente inspirado de uma célebre pintura soviética, representado à maneira de Lénine mas com o sexo bem evidenciado, o quadro "The Spear" (a lança) mostrava um Zuma inspirado, expondo o seu pénis.
O título é uma alusão à arma tradicional dos guerreiros zulus e à lança do logotipo do ANC, cuja ala militar se chamava Umkhonto weSizwe (Lança da nação). A obra fazia directamente referência à vida sexual do presidente Zuma - igualmente Zulu--, que possui actualmente quatro esposas e 21 filhos.
O canal de informação e-news mostrou que um primeiro indivíduo (branco) pintou cruzes vermelhas na cabeça e no sexo do personagem, antes do segundo cidadão (negro) manchar todo o quadro com tinta preta, destruindo a obra do artista sul-africano Brett Murray (nascido em 1961).
A Goodman Gallery, uma galeria privada de Joanesburgo onde a obra estava exposta, foi imediatamente encerrada.
"Houve muitos gritos e alguns confrontos físicos", declarou Lara Kossef, porta-voz da galeria.
A imprensa local apontou que dezenas de pessoas se reuniram na frente da galeria para aclamar a acção dos dois indivíduos --um professor universitário e um menor--, que se encontram numa delegacia de Johanesburgo para prestar depoimento.
As duas pessoas realizaram esta acção apesar do aumento das medidas de segurança da galeria, após a polémica gerada pela obra na África do Sul.
A Juventude Comunista da África do Sul, ligada ao partido governamental Conselho Nacional Africano (ANC), advertiu que invadiria a galeria para destruir a obra, indicou o porta-voz do grupo, Mangaliso Khonza.
O quadro "The Spear" ("A Lança"), faz parte da exposição "Deus Salve o Ladrão II" e estava sendo exibido na galeria Goodman de Johanesburgo desde o último dia 10 de maio. O acto de vandalismo aconteceu no mesmo dia em que o partido do presidente, o ANC, havia entrado na Justiça para impedir a exibição do quadro que chamou de "desrespeitoso e grosseiro".A galeria disse que tem o direito constitucional de mostrar o quadro.
.Não é a primeira vez que Zuma processa um artista por satirizar a sua pessoa: o líder sul-africano iniciou um processo legal contra o famoso Zapiro por várias vinhetas nas quais o presidente abusava sexualmente de uma mulher que representava a Consituição.

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