10/05/2012

PHAEDRA


 Às vezes parece que não pode passar uma semana sem esbarrar em um novo registo que chama a inspiração, idéias, ou os sons do folk trippy do final dos anos 60, início dos 70. Na sua superfície The Sea (Rune Grammofon), o álbum de estréia de norueguesa de Oslo, Phaedra (aka Ingvild Langgård), certamente parece se qualificar, mas um pouco de escuta percebe-se que esculpe o seu próprio espaço.

Apenas sobre cada comentário menciona uma outra grande cantora feminina na Rune Grammofon, Susanna Wallumrød, (Susanna & the Magical Orchestra) e, embora tanto ela quanto Langgård têm vozes belíssimas e fazem música que é quase tão silencioso quanto suave, o tipo de semelhanças param por aí. Alguns comentários trazem Nico, Sandy Denny, Vashti Bunyan, e Kate Bush, enquanto pontos de referência, mas não ficam com a beleza específica, e peculiar que Phaedra quer.


A cantora melódica  escolheu para seu alter-ego o nome de uma figura mitológica que, embora demarcando a artista da pessoa privada, se revela uma entidade maior, "Phaedra é a soma de mim, da minha música e dos músicos com que trabalho a certa altura, o que representa diferentes constelações e contributos ao longo de caminho", explicou Ingvild em entrevista à Lusa.

A artista considera que a referência à figura de Fedra também "cria espaço para brincar e para a criatividade", até porque essa palavra de origem grega "significa qualquer coisa como 'fazer incidir a luz sobre algo'" e representa uma personalidade "triste, com um caráter solitário e cujos mitos que lhe estão associados não são demasiado importantes - pelo que representa uma personagem perfeita sobre a qual se pode construir".

 Langgård, graduada da National Oslo Academia das Artes, trabalhou anteriormente em cinema, fotografia e trabalhos de instalação, teve ajuda em The Sea, de Frode Jacobsen da popular banda de rock norueguêsa Madrugada.

Oriunda do meio das Belas Artes, Ingvild admite que as instalações sonoras que desenvolveu nesse contexto conferiram ao seu registo "uma certa experimentalidade", mas assegura que determinante foi "a música que mais ouviu" ao longo dos anos e enumera: por um lado, "muita folk de todos os tipos e tradições", por outro, "Nico (& The Velvet Underground), Vashti Bunyan, Jackson C. Frank e Leonard Cohen, ou artistas mais recentes como Joanna Newsom, Bonnie 'Prince' Billy ou Yeasayer".

"Mas a artista e a compositora mais relevante para mim, sempre, é Kate Bush. O seu trabalho foi a minha educação musical mais importante", realça a norueguesa

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