03/04/2012

PATTI SMITH

Patti Smith nasceu em 30 de dezembro de 1946, em Chicago. Ela iria encontrar uma saída criativa na música depois de ter tentado: a poesia, dramaturgia, performer, pintura ...

 Patti Smith deve ser um dos mais claros exemplos de arte perene na história do rock and roll. Depois activamente perseguindo aquilo que ela chamou de uma "carreira do mal" e lançando alguns álbuns que exemplifica como a música pode ser noise tão organizado ou desorganizado, e ainda ser música,

 Os seus primeiros sucessos como músico veio bem antes de "Horses" (a sua estréia memorável, lançado em 1975). Antes disso, trabalhou como letrista para os Blue Oyster Cult, e essas colaborações foram para resultar num single ouro e discos de platina da sua carreira. Mais importante ainda, deram-lhe a resolução para levar as suas próprias músicas em público.  

The Patti Smith Group foi então formado, e seria a primeira banda punk associada com o mítico clube CBGB a emitir um álbum (bem à frente dos Ramones). "Horses", saiu em 1975 (antecedido pelo excelente non- álbum, single "Hey Joe / Piss Factory"), e fundiu a sensibilidade dos poetas franceses como Baudelaire com alguns dos primieros maneirismos do punk, nunca colocou em fita.  

Os méritos do álbum são apreciados ainda melhor quando percebemos que o seu estilo de escrita já havia atingido essa maturidade por volta de 1972, ano em que ela lançou "Seventh Heaven", uma coleção de poemas, combina e mistura fundindo num só, o simbolismo com a estética American beat, num desafio realizado de  maneira convincente.

 Num mundo sem Google numa cidade do interior dos Estados Unidos, mudou-se para Nova York sem achar lugar numa cidade industrial e com quase nenhuma actividade cultural. Mesmo identificada com o mundo das artes e sabendo que era “uma estranha no ninho”, Patti nunca tinha produzido nada além de poemas que ela julgava incompletos e desenhos inspirados  nos seus poetas de outros séculos. Chegou na metrópole crua, passou fome, frio e dependeu da ajuda de mendigos para sobreviver até encontrar o tipo que ia mudar essa história.

 Robert encontrou Patti por acaso, quando ele mesmo era um menino perdido e sem dinheiro que também não tinha muita idéia do que fazer. Ambos só tinham uma certeza: queriam seriam artistas. Robert  mais conceptual, o amor à arte e adoração pela estética,  Patti mais preocupada com seus sentimentos e de que forma os expressar.

Logo  viram amantes, fazem promessas de união eterna e criam um laço que atravessa todas as fases do amor: paixão carnal, amor, amizade… Mais importante que isso, eles se incentivam a criar e, se não estivessem juntos, provavelmente não produziriam tanta coisa e teriam alcançado o status de ícones de uma geração que lutava para ser diferente e deixar impressa (fotografada, gravada, pintada) a sua marca no intervalo entre Bob Dylan, Jimi Hendrix, Doors e os Punks. Aliás, grande parte das inspirações de Patti para poemas, desenhos e até canções são os artistas que vieram antes dela e que tiveram uma participação essencial na sua formação, como Janis Joplin e Brian Jones.

 Robert e Patti não duraram muito como casal, já que no processo de criação artística,  muitas vezes também é o de autoconhecimento, Robert acabou descobrindo um lado sexual que não conhecia:  o interesse por outros homens. Daí, não só a figura masculina acabou sendo o foco principal do seu trabalho, embora Patti tenha continuado a ser a sua eterna musa e modelo.

Essa relação foi tão singular e única que às vezes fica-se na dúvida se é mesmo não-ficção. Patti consegue por em palavras o clima de intimidade e ligação que só eles tinham, um mundo onde ninguém mais conseguia entrar, independente de quaisquer parceiros que ambos tiveram no decorrer da vida. Até Robert morrer de SIDA.

No livro editado em 2010 "Just Kids" a foto da capa, é o casal Patti Smith/Robert  .

A pioneira do punk rock Patti Smith  recebeu também em 2010 um prémio da indústria musical pelo conjunto da sua obra, em homenagem a seus 40 anos da sua carreira como cantora, poeta, ativista política e pintora.

Patti, 63, recebeu o Founders Award durante um jantar de premiosda música pop, que homenageia compositores e editores das canções mais tocadas em 2009. Ela também se apresentou no evento, que aconteceu em Hollywood.

"Ela ampliou as fronteiras da expressão artística musicalmente e de outras maneiras, inspirando gerações de rockers em todo o mundo", disse Paul Williams, presidente da associação que a premiará, em comunicado à imprensa. "Patti Smith continua a ser uma artista vibrante e prolífica".

Alguns dos homenageados anteriores com o Founders Award incluem, Joni Mitchell, Paul McCartney, Neil Young e Tom Waits.

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