29/04/2012

DUKE ELLINGTON

Edward Kennedy "Duke" Ellington (Washington, 29 de Abril de 1899 - Nova Iorque, 24 de maio de 1974) compositor de jazz, pianista e líder de orquestra norteamericana eternizado com a alcunha de "The Duke" e distinguido com a Presidential Medal of Freedom (condecoração americana) em 1969 e com a Legião de Honra (condecoração francesa) em 1973, sendo ambas as distinções as mais elevadas que um civil pode receber.

Foi ainda o primeiro músico de jazz a entrar para a Academia Real de Música de Estocolmo, e foi doutor honoris causa nas mais importantes universidades do mundo. Em 1974, na festa de seu 75o aniversário, em seu último ano de vida, Miles Davis, o antigo Mr. Cool, agora no auge de seu controvertido sucesso pela adesão ao jazz-rock, arredio a elogios declara à revista Down Beat: Todos os músicos deveriam um dia se reunir e agradecer de joelhos ao Duke.

 A música de Duke Ellington foi uma das maiores influências no jazz desde a década de 1920 até à de 1960. Ainda hoje suas obras têm influência apreciável e é, por isso, considerado o maior compositor de jazz americano de todos os tempos. Entre os seus muitos êxitos encontram-se "Take the A Train" (letra e música por Billy Strayhorn), "Satin Doll", "Rockin' in Rhythm", "Mood Indigo", "Caravan", "Sophisticated Lady", e "It Don't Mean a Thing (If It Ain't Got that Swing)".

Durante os anos 20 e 30, Ellington partilhava frequentemente seus créditos de compositor com seu manager Irving Mills, até que no final dos anos 30 desentenderam-se. Billy Strayhorn passou a ser o colaborador de Ellington (nem sempre creditado como tal) desde 1940 até à sua morte nos anos 70. Ellington tinha a preocupação de adaptar as suas composições de acordo com o talento dos músicos que compunham a sua orquestra, entre eles estiveram Johnny Hodges, Bubber Miley, Joe "Tricky Sam" Nanton, Barney Bigard, Ben Webster, Harry Carney, Sonny Greer, Otto Hardwick, e Wellman Braud.

Coube a ele aglutinar as informações oriundas do blues, o coração do jazz, para desenvolver, ao longo de 55 anos de duas carreiras simultâneas, como compositor/arranjador e como bandleader, um estilo único a partir das harmonias e sonoridades novas, facilmente identificável aos primeiros acordes, que se instilou nos inúmeros géneros que cultivou, desde o exótico estilo jângal, em voga na sua mocidade, passando ao ritmo sincopado do ragtime e a tantos outros que se formaram a partir do entrelaçamento das culturas européia e africana nascidas na América, notadamente na região de Nova Orleans e no Deep South, expandindo-se para o mundo.

Quebrou velhas regras musicais, criou novas e, como diz Marsalis no seu poema escrito ao mestre, não ficou escravo de nenhum sistema. Desde as primeiras obras-primas jângal, a partir de uma orquestra aos poucos formada no Kentucky Club, no Harlem em N.Y., com a participação de músicos talentosos, como o trompetista Bubber Miley, o trombonista Joe Tricky Sam e o sax-barítono Harry Carney, à sua mudança, após quatro anos no Kentucky para o ainda não lendário Cotton Club, também no Harlem, a música de Ellington estava destinada a encantar o mundo.

Os jornais aplaudiam e o público vibrava com aquele som, feito por uma equipa de craques. Miley arrasava, emitindo o growl com sua surdina, criando os mais estapafúrdios efeitos jungle style. Hasse conta que só nessa época do Cotton Club foram cerca de 200 discos gravados. Não devemos esquecer também que cada gravação podia levar até os dois lados de um disco. Víctor ChabQuando veio a Época de Ouro do Cotton Club, Duke e sua trupe encontravam-se em pleno gás. Eles também haviam provocado aquela onda conhecida então como o Ressurgimento Negro.

São deste último ano, 1932, músicas hoje celebrizadas por retratar um tempo único na história da música. Com sua orquestra, gravou It don't mean a thing if ain't got that swing (em tradução livre: Sem aquele balancé não tem nada a ver), Lazy rhapsody (Rapsódia preguiçosa), incursionando pelas primeiras sonoridades impressionistas, em Blue Harlem e Sophisticated lady. Pelo incrível número de celebridades que produziu, torna-se simples entender quão atraente e igualmente difícil dominar a história do jazz.

Um engano comum é afirmar que a formação e a herança dessa música provém somente da cultura negra. Sobre isso, Eric J. Hobsbawn, entusiasta e estudioso do assunto (além de historiador eminente), escreveu em seu História Social do Jazz, a certa altura do livro em que situa os personagens deste teatro: (...) a música negra rapidamente passou a se fundir com componentes brancos, e a evolução do jazz é o resultado dessa fusão.

O jazz surgiu no ponto de intersecção de três tradições culturais europeias: a espanhola, a francesa e a anglo-saxonica. Cada uma delas produziu um tipo de fusão musical afro-americana característica: a latino-americana, a caribenha e a francesa. No caso de Ellington, por uma questão de justiça, devemos registar aqui seu depoimento a um repórter a respeito de sua música: toda a minha música é negra. Noutra ocasião falou: todos os títulos de minhas músicas, eu os retiro da vida no Harlem.

 HAPPY BIRTHDAY

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