18/11/2011

SAUL BASS

É um livro monumental (440 páginas, mais de 1400 ilustrações, algumas das quais inéditas: enfim, uma aventura gráfica à altura da aventura gráfica que foram a vida e a obra de um dos maiores designers do século XX): "Saul Bass: A Life in Film & Design", a muito aguardada monografia dedicada ao criador dos mais míticos cartazes e genéricos de abertura a história do cinema, já está à venda.

Além das imagens que já conhecíamos - os posters de filmes como "Vertigo - A Mulher que Viveu Duas Vezes", de Hitchcock, "O Homem do Braço de Ouro", de Otto Preminger, só para citar os exemplos mais evidententemente icónicos -, é toda a admirável cabeça de Saul Bass (1920-1996) que aqui é desbravada, numa edição sumptuosa da Lawrence King Publishing a cargo da historiadora do design Pat Kirkham e da própria filha de Bass, Jennifer, também ela designer gráfica.

De origem judaica, Bass cresceu no Bronx, onde teve a infância tipicamente "working class" dos filhos de imigrantes russos que então sobrepovoavam o bairro nova-iorquino; ainda assim, a sua família cedo encorajou o seu interesse pelas disciplinas artísticas. Aos 16 anos, em plena Grande Depressão, deixou a escola para passar a trabalhar numa agência de publicidade e passou a frequentar as aulas à noite.

Um dos seus primeiros trabalhos, lembra agora o "Guardian", foi despachar posters em série para filmes menores da Warner Brothers; 36 anos depois, estaria a desenhar o novo logótipo da Warner Communications. Mas foi em Los Angeles, onde chegou em 1946 para ir trabalhar numa grande agência cujos clientes incluíam a TWA e a Paramount, que a sua carreira disparou - ao ponto de, dez anos depois, ter fundado a Saul Bass & Associates.

Apesar de ter feito praticamente de tudo - embalagens, logótipos, anúncios, capas de discos -, foi sobretudo no trabalho para o cinema que Saul Bass mais se distinguiu: os genéricos que criou para os filmes de Hitchcock e de Preminger, mas também os que abrem obras de Scorsese como "Goodfellas", "A Idade da Inocência", "O Cabo do Medo" ou "Casino" (as suas últimas encomendas), são obras-primas absolutas inscritas no imaginário colectivo.

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