24/09/2011

PETER GATIEN DONO DO LIMELIGHT E DO MAIOR CLUB DO MUNDO


Limelight é um documentário sobre "a ascensão, queda do império do maior nightclub de Nova York", ou mais especificamente, sobre o seu dono, Peter Gatien. A visão de como Gatien deixou de ser um garoto no Canadá que perdeu um olho a jogar hóquei, e o poder da vida nocturna em Nova York nos anos 90, e a sua deportação para o Canadá onde reside actualmente, e dirige o clube CiRCA.

Como sempre, o homem que é uma lenda da vida nocturna coloca-se na ponta das novas tendências. O seu clube, um híbrido de nightclub, museu de arte e espaço para cinema e música, tem capacidade para 3 mil pessoas, vários ambientes diversos e um deles tem como tema a tendência de cultura pop mais reverenciada de hoje: a toy art.

Depois da política de “limpeza” dos clubes nocturnos em Manhattan, iniciada por Giulliani nos anos 90 e intensificada depois do 11 de Setembro, N.York nunca mais foi a mesma. A perseguição foi tanta que os políticos conseguiram expulsar dos Estados Unidos em 2003, após uma batalha árdua iniciada pelo presidente da câmara Rudolph Giuliani, por fraudes ao fisco, pela polícia e, consequentemente, pela imprensa. O canadiano e os seus clubes foram massacrados nos anos 90 com o auge das drogas sintéticas. Os clubes eram fechados toda hora e a coisa piorou depois da prisão, em 1996, de Michael Alig.

Gatien, foi acusado de promover a venda de drogas nos seus clubes e de burlar o fisco, acabou sendo deportado dos Estados Unidos, após uma batalha judicial que durou de 1998 a 2003. Mesmo depois de pagar uma multa de 1.9 milhão de dólares e de cumprir uma pena de 60 dias na prisão, Peter Gatien foi deportado.

O famoso e lendário Limelight, (a Igreja que sediou a festa Disco 2000 de Michael Alig), foi um dos quatro clubes NYC de Peter, provavelmente o mais famoso, os outros foram o Tunnel, Palladium e o Club USA, e estão todos no filme também. De volta a Toronto, a sua cidade natal, o rei da noite de N. Y. nos anos 80 e 90, é retratado no documentário dirigido por Billy Corben (Cocaine Cowboys). O documentário sobre Peter Gatien e o Limelight estreou no dia 23.

Limelight club, embora ainda de pé na Avenida 6 e St 20 em Manhattan (é uma igreja histórica que teve uma recente tentativa falhada de ser um shopping).

Outras estrelas do filme incluem Moby (que passou muito tempo e festejando DJing em Limelight), Michael Alig (que está em Rikers Southport Correctional Facility, por assassinar friamente o seu traficante, Angel Melendez, caso eternizado nas telas no filme Party Monster, foi a cereja no topo do bolo para a reputação de Gatien, e as suas casas nocturnas foram fechadas, a mais impressionante de todas, a igreja Limelight que sediou a cultura clubber do fim dos anos 80 e anos 90 em N.York. Alig, o inacreditável e lendário promotor da Disco 2000, deve sair da prisão este ano, em liberdade condicional, está a escrever a sua auto biografia.

Ed Koch, gerente do clube Steven Lewis (que foi acusado de conspiração de droga junto com Gatien e agora tem um "cool nightlife blog"), Michael Caruso aka Lord Michael (que é um traficante de drogas e foi a principal testemunha do Estado, no julgamento de drogas contra Peter Gatien), o escritor do Village Voice Frank Owen ( que escreveu Clubland), e o famoso advogado Benjamin Brafman (advogado de Gatien). Quem não está no documentário? Michael Musto. :-)

Notas do filme a aplicação de um indulto em 2010, que foi negado a Gatien. Ele queria regressar com a sua família nascida nos EUA, mas não tem permissão, até mesmo para visitar.

Agora anos depois, em 2007, o magnata abriu o seu novo mega clube, não sem muita controvérsia no processo. O CiRCA fica no coração da área de entretenimento de Toronto. Não fica em Nova Iorque aquele que provavelmente é hoje o nightclub mais interessante do mundo.

A direção de arte do projeto, que fica num prédio enorme que já havia sediado uma casa de jogos eletrônicos, é de Kenny Baird, que tem no currículo trabalhos com Madonna e David Bowie. Ele teve vários colaboradores, entre eles Bruce LaBruce e o fundador da loja e fábrica de toy art Kidrobot, Paul Budnitz. Os espaços são repletos de grafites e instalações, além de performances ao vivo. A empreitada foi possível através da parceria com John Cheong, diretor da empresa canadense Hingson Entertainment e dono do prédio onde fica hoje o CiRCA. Gatien perdeu quase toda sua fortuna após os entraves com a justiça nos Estados Unidos.

Entre os sete espaços que compõem este complexo está a sala temática da Kidrobot com uma escultura gigante de um dos coelhos (labbits) de Frank Kozik. Da tecnologia de vanguarda no bar Sensacell, sensor com barra de movimentos, um cavalo pintado à mão em tamanho natural, e a correia transportadora de coelhinhos Kid Robot.

Há também uma pequena loja da Kidrobot, logo na entrada, com venda de toy art e toys criados especialmente para o clube, como o dunny inspirado em Peter Gatien. O The Peter Gatien Dunny foi desenhado por Sara Martin, e tem o típico tapa-olho usado pelo magnata que teve um acidente na infância jogando hockey.

A cabine de DJ é projectada como um altar, no meio da pista de dança, proporcionando ao DJ uma visão panorâmica de todas as áreas do clube. No som a tendência são os remixes e bootlegs de músicas dos anos 80 e 90, mas há muito espaço para o experimental nos espaços menores.

Entre os sete espaços que ficam ao redor da pista principal destacam-se a Kidrobot Party Room e o Sensa Bar, controlado por sensores onde as pessoas podem brincar com as luzes e as projecções. Existe um lounge que dá a ilusão de ficar debaixo d’água, em espaço que foi pensado para ser uma sauna. Um outro lounge, o Skyy Cinema Lounge, tem um tela enorme de projecção e pode ser usado para festas privadas, com sua própria cabine de DJ e própria entrada separada do clube.

Para completar o clube oferece serviço de concierge, como um hotel, sala VIP exclusiva e um estúdio musical para artistas que tiverem um ímpeto incontrolável de criarem música ali mesmo.

1 comentário:

Luis Baptista disse...

Era um belissímo club, passei por lém 96 e tive lá uma bela noite, em 97, passei por lé e tudo estava fechado, só aquela bela igreja ao "Abandono".
Aliás, os melhores clubes fecharam todos quase no final dos 90, baseados em politicas de presidentes algo anormais que ainda continuam, pois segundo pareceo que lá está agora ainda é pior.Enfim!
Abraço.

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