25/05/2011

LUIS ARMASTRONDO - LÁ LÁ LÁ - ANIKI BÓBÓ

O Porto nunca foi a melhor cidade para acolher as bandas que por cá insistiam em aparecer. E isto desde o «boom» do Rock Português, em 1980. Tenho alguma historias guardadas na memoria, lembro-me do Solar da Cruz Vermelha, em Massarelos que por diversas vezes albergaram alguns acontecimentos musicais interessantes - inesquecível a actuação dos Pop del Arte, um dos sítios mais violento, só punk Toy Dolls, Exploited, Crass, que existiu no Porto, foi o LÁ LÁ LÁ, no centro comercial Dalas na Avenida da Boavista, no Labirinto ( vi os Hafler Trio, Bourbonese Qualk....),bem como o mítico Aniki Bóbó, na Ribeira.

No Luis Armastrondo passei umas tardes e umas noites inesquecíveis --- 100 escudos consumo mínimo.... quem não se lembra de querer beber uma cerveja e já não haver copos???.
Era acabar de beber e partir o copo.... atirando-o para o chão... ou contra outro sitio, e o gerente ( Luis) a fotografar pendurado na decoração.

O Luís Armastrondo ficou conhecido com este nome em 1988. O bar localizado no Porto, perto do Douro, nasceu um ano antes, tendo como mentores Manuel Sousa e João Faiões, que devido à sua paixão pela música moderna portuguesa criaram o primeiro espaço a ter concertos semanais.

O bar tornou-se conhecido devido à realização de concertos, e do concurso de bandas luso-galaico e do festival nacional de música rock.

Por esta importante sala passaram nomes como Mão Morta, Repórter Estrábico, Essa Entente, Sitiados, Entes Queridos, Cagalhões, Emílio e a Tribo do Rum, SPQR, Ocaso Épico, Melleril de Nembutal, Bramassaji, Terra Mar, Linha Geral, João Phalo & the Box, Easy Gents, D' Age, Requiem Pelos Vivos, Ella Sing, Linha Geral, General Inverno.

No natal de 1990 a tragédia aconteceu. Uma enxurrada desmoronou o morro, situado na traseira, sobre o edifício e engoliu o Luís Armastrondo.

Os Ultimo Reduto foram a banda que pela última vez pisou este palco. Precisamente dois dias antes deste triste acontecimento

Lisboa tinha o RRV, o Porto o Luís Armastrondo, duas salas de passagem obrigatória para as bandas da altura.

Manuel Sousa + Nicolino Ribeiro + Luís Freixo

O programa "Obsessão" da RUP chegou a organizar espectáculos de música moderna com nomes como Essa Entente, Seres, Requiem Pelos Vivos, Ella Sing, Bramassaji, Linha Geral e muitos outros.

O 1º Festival Luso Galaico teve como vencedores os General Inverno. Nos lugares seguintes ficaram Easy Gents e D'age.

A partir do fim de 1988 o local mudou de nome para Luis Armstrong.

O 2º concurso foi cancelado devido ao fecho do espaço após o desmoronamento do local. Os Último Reduto foram a última banda a actuar no Armastrondo (ou Louis Armstrong como dizia nos cartazes), dois dias antes do edifício se desmoronar.


Boom do Rock Português (ou do rock cantado em português): Começou a explodir com os concertos internacionais, pois os grupos locais faziam sempre a primeira parte. Era moda e estava na moda.

"On The Road Music": A primeira empresa só de concertos de rock existente em Portugal. O primeiro Concerto foi com os Tubes, a 7 de Julho de 1979, no Pavilhão do Dramático, em Cascais. No último semestre de 1979 e nos primeiros anos da década de 1980, a On The Road Music trouxe a Portugal artistas como Tubes, Stranglers, Dr. Feelgood, Gato Barbieri, Wilko Johnson, Elvis Costello, Camel, etc.. Os concertos realizavam-se em locais como o Pavilhão do Belenenses, o Pavilhão de Cascais e o Pavilhão do Infante de Sagres, no Porto. Nas primeiras partes tocaram grupos como UHF, Xutos & Pontapés, Aqui d'El Rock.

Uma empresa que já não existe e que tentou, de uma forma, regular e constante, organizar concertos de rock em Portugal: agiu mais em Lisboa, Cascais, Porto e fez algumas tentativas no Algarve. Muitas pessoas coleccionaram (e coleccionam, como eu - tenho-o os todos) bilhetes dos Concertos.

Luís Vitta / Blitz 14-05-1985

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