09/01/2011

DAVID BOWIE

David Bowie que comemora aniversário neste sábado é um artista recluso. Aos 64 anos, não lança um álbum de originais desde 2003 e não se apresenta ao vivo desde 2006, quando fez uma participação especial na apresentação de David Gilmour e cantou com Alicia Keys num show beneficente. Esse afastamento alimenta os mais variados boatos, desde inocentes férias prolongadas para curtir com a família (Bowie teve uma filha em 2000, a primeira do seu casamento com a ex-modelo Iman) até a possibilidade de uma doença grave.

A causa inicial do afastamento de Bowie, é verdade, foi mesmo a sua saúde. Em 2004,sentiu-se mal durante um show na Noruega e constatou-se que estava com uma séria obstrução de uma artéria. Foi feito então uma angioplastia de emergência e o restante da turnée foi cancelada. De lá para cá, o cantor viveu de participações especiais. Apresentou-se ao vivo com os Arcade Fire em duas oportunidades, gravou backing vocals para discos dos TV on the Radio e Scarlett Johansson, foi curador de um festival em Nova York, fez uma aparição no filme ("O Grande Truque") e séries de TV ("Extras").

É pouca coisa para um artista que ganhou o apelido de "camaleão" pela capacidade de se reinventar a cada trabalho. Em mais de 40 anos de carreira, Bowie passou do glam rock para a soul music, da electrónica mais experimental á pop mais radiofónica.

A sua influência ultrapassou a música: está na moda, no cinema, e no comportamento. A sua história está contada em detalhes " Bowie - A Biografia ", do jornalista Marc Spitz.

Conta desde a infância e adolescência nos subúrbios de Londres, passando pelo difícil começo de carreira (Bowie coleccionou fracassos durante quase toda a década de 1960, até "Space Oddity"), os escândalos da época do glam rock (virou notícia ao declarar-se bissexual em 1972), o envolvimento pesado com drogas no meio dos anos 1970, a revolução causada "trilogia de Berlim" (três discos gravados entre 1977 e 1979), a fase mais pop e conservadora dos anos 1980, as novas reinvenções da década de 1990, e por fim, a reclusão nos últimos anos.

Na comparação com outras biografias de astros do rock, Spitz tem a vantagem de realmente conhecer música e, com isso, conseguir analisar e contextualizar a importância da obra de Bowie.

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