11/12/2010

MANUEL OLIVEIRA

Manoel de Oliveira está de parabéns.
Goste-se ou não dos seus filmes..... merece os parabéns com toda a justiça ... o realizador português mais velho do mundo em actividade, autor de trinta e duas longas-metragens, que provém de uma família da alta burguesia nortenha, tendo antepassados fidalgos, celebra hoje o seu 102.º aniversário. É OBRA.

A primeira longa-metragem de Manoel de Oliveira, «Aniki Bobó», de 1942, foi restaurada e voltou ao grande ecrã na quinta-feira, nas vésperas do 102.º aniversário do realizador.

De acordo com a Zon Lusomundo, o filme de Manoel de Oliveira será exibido em Lisboa e no Porto, numa nova versão restaurada e remasterizada, a partir de 8 de Dezembro, no mesmo dia em que será editado, pela primeira vez, em DVD.

A distribuidora avançou ainda que encomendou o restauro não só de «Aniki Bobó», mas também da curta-metragem documental «Douro, faina Fluvial» (1931), que será exibida nos cinemas em complemento à longa-metragem.

A edição de «Aniki Bobó» em DVD inclui o documentário em dose tripla, com a versão em cinema mudo, de 1931, com música de Luiz de Freitas Branco, de 1934, que será também exibida nos cinemas, e com música de Emmanuel Nunes, de 1994.

Manoel de Oliveira começou a rodar o seu primeiro filme, «Douro, Faina Fluvial», em 1929, com uma câmara oferecida pelo pai e com a ajuda do amigo e fotógrafo António Mendes.

O filme, um retrato do Porto e da ligação com o rio Douro, só estrearia a 19 de Setembro de 1931, em Lisboa ¿ no dia em que morreu Aurélio da Paz dos Reis, o pai do cinema português ¿ e foi vaiado pelo público.

Aniki-Bobó representa a passagem de Manoel de Oliveira do documentário para a ficção. Desde a fotografia, da responsabilidade de António Mendes, ao enredo, ao desenrolar da acção, tudo se encaixa harmoniosamente no filme, ficando dele uma dimensão poética. Uma guerra entre crianças, cheia de hipocrisia, egoísmo, que configura o mundo dos adultos.

Rodado em plena 2ª Guerra é uma mensagem de paz, de reconciliação «feita através do dono da "loja das tentações". Centra-se e protagonizado num grupo de crianças, como o Carlitos, a Teresinha e o Eduardinho, que personalizam, do ponto de vista da infância, os dilemas do ser humano, escolher entre o bem e o mal.E a este propósito Oliveira diz «não esqueçamos que Aniki-Bobó, embora inspirado no conto Meninos Milionários, do Dr. Rodrigues de Freitas foi imaginado e realizado durante a Guerra, em 1941-1942».

Estreado no cinema Éden, a 18 de Dezembro de 1942, a verdade é que mais uma vez o público não acolheu com grande simpatia, mais esta grande obra do cinema português.

Depois de fazer outras curtas-metragens, Manoel de Oliveira só estrearia a primeira longa a 18 de Dezembro de 1942, já depois de abandonar o automobilismo.

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