“Não ouço o que os críticos de arte dizem. Não conheço ninguém que precise de um crítico para saber o que é arte”. Foi assim, dando de ombros para todo o tipo de “moldura” que encarcerasse sua arte, que o americano Jean-Michel Basquiat (1960-1988) se tornou um dos artistas mais expressivos e cotados nos leilões de arte das últimas décadas.
Nos muros do Brooklyn, distrito nova-iorquino onde nasceu, ganhou popularidade e despertou a curiosidade das pessoas quando, em conjunto com o amigo Al Diaz, criou a assinatura “SAMO” (para Same Old, algo como “o mesmo de sempre”).
Seus grafites neoexpressionistas revelam forte identidade cultural, mensagens de justiça, equidade, herança social (o pai era haitiano e a mãe porto-riquenha) e, poesia visual. Se vivo estivesse, Basquiat completaria hoje 50 anos.
Apesar de não dar a mínima à crítica, foi através dela que sua obra ganhou o grande público. Em 1978, a Village Voice publicou uma matéria sobre os grafites “Samo”. Depois de morar algum tempo na rua, vivendo da venda de camisolas pintadas à mão, ganhou fama de forma meteórica depois apareceu num programa de televisão, que lhe rendeu um convite para a participação no filme Downtown 81.
Com o dinheiro comprou materiais para sua primeira exposição (Anatomia, 1982). Sua pintura gráfica, repleta de referências e cores, despertou o interesse dos críticos de arte de Nova York. Aos 22 anos, e já famoso no mundo da arte, sua ascensão foi intensificada depois de conhecer e estabelecer forte amizade com Andy Warhol, com quem partilhou uma série de trabalhos.
Das ruas à Factory (atelier e casa de Warhol), Basquiat continuou pintando de forma espontânea seja em muros, em telas, em papel, lona, e outros objectos. As referências também são variadas, da bíblia à mitologia africana, vodoos, personagens dos média, banda desenhada, etc. Com a morte de Warhol, em 1987, Basquiat entra em depressão. O consumo de drogas leva-o à morte por overdose, aos 27 anos, em Agosto de 1988.
Se estivesse vivo, Basquiat completaria no dia 22 Dezembro, 50 anos.
1 comentário:
Ora ai esta alguem que tocou no busilis da questao, no que respeita a Arte, acho que tudo esta dito.
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