A casa de leilões Christie's vai colocar à venda a folha de papel em que Lennon escreveu a letra da canção, esperando vendê-la por algo entre US$ 400 mil e US$ 600 mil. A letra foi exposta ao público no dia (7) e podia ser vista até ao dia (10).
Lennon escreveu a canção durante o "Bed-in", um protesto pacifista em 1969 durante o qual ele e Yoko Ono passaram oito dias numa cama do apartamento 1742 do Hotel Queen Elizabeth, de Montreal, abrindo as portas do quarto para um desfile de jornalistas e personalidades políticas.
Estiveram guardados 39 anos por Gail Renard, que em 1969 passou um fim de semana com o ex-Beatle e sua esposa em Montreal, quando estes apresentavam o protesto Bed-In.Entre outros itens pessoais de Lennon estão algumas fotos raras suas e de sua esposa.
A letra está sendo oferecida em leilão por Gail Renard, que era uma estudante de 16 anos em 1969, quando se esgueirou para dentro do quarto de Lennon e Yoko antes do colectivo de imprensa e pediu a Lennon uma entrevista para uma revista universitária.
Lennon e Renard, que mais tarde se tornaria argumentista de comédias de TV, ficaram amigos, ele deu-lhe vários presentes, incluindo a folha com a letra da canção, dizendo: "Um dia tudo isso vai valer alguma coisa."
Lennon gravou "Give peace a chance" durante o "Bed-in", e entre as cerca de 50 pessoas que cantaram no coro estavam o poeta Allen Ginsberg e o "inventor" do LSD, Timothy Leary.
Entretanto a Sotheby's levou a leilão em Nova Iorque, na noite de sexta-feira, o manuscrito da letra da canção A Day in the Life, escrito por John Lennon, e que no final acabou por ser vendido por 1,2 milhões de dólares (cerca de 970 mil euros). Este é um valor bem acima do esperado, já que até então a letra dos Beatles vendida com um maior valor foi a de All You Need Is Love, que em 2005 arrecadou um milhão de dólares (808 mil euros).
O manuscrito da letra de A Day in the Life é somente uma folha de papel escrita na frente e no verso, com várias correcções de Lennon, sendo que foi escrita com uma caneta de feltro, um marcador e uma esferográfica.
Em tempos, este manuscrito chegou a pertencer a Mel Evans, que foi agente de digressão dos Beatles. Porém, desconhece-se a identidade de quem pagou 970 mil euros por este papel escrito por John Lennon.
A versão final da canção foi composta por John Lennon e Paul McCartney e pode ser ouvida em Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (1967), o oitavo álbum de estúdio do quarteto de Liverpool, sendo considerado por muitos a verdadeira obra-prima dos Beatles. A Day in the Life é o tema final do disco.
A canção chegou a ser considerada a 26.ª melhor canção de todos os tempos, segundo uma lista publicada pela revista norte- -americana Rolling Stone. Já o site de música Pitchfork (www.pitchfork.com) colocou o tema no quinto lugar na lista das melhores 200 canções dos anos 60.
O álbum do qual faz parte este tema, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band, chegou mesmo a ser editado em vários países asiáticos sem esta canção.
A Sotheby's referiu que, por causa disto, A Day in the Life foi "revolucionária", uma vez que "marcou a transformação dos Beatles de ícones pop em artistas".
Ao longo dos anos têm sido muitos os artistas que já fizeram versões desta canção, entre eles Neil Young, Bee Gees, Phish ou Jeff Beck, que editou a sua versão no álbum ao vivo Performing this Week: Live at Ronnie Scott's Jazz Club, de 2008.
Se o músico John Lennon estivesse vivo, iria comemorar 60 anos a 9 de Outubro
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