
Fez 89 anos no dia 10 Março,2009 que morreu Boris Vian.O artista francês nasceu a 10 de Março de 1920 e faleceu a 23 de Junho de 1959.Escritor apaixonado por jazz
escreveu em três meses "A Espuma dos dias", com que concorreu ao prémio da Pléiade, que não recebeu, apesar dos apoios de Queneau, Beauvoir e Sartre, com quem convivia. Em 1948 conheceu Duke Ellington, de visita a Paris. As edições Toutain publicaram "A erva vermelha" (1950), recusado pela Gallimard.
Levou uma vida boémia, vindo a construir um percurso multifacetado, da literatura à música. É a sua passagem pela empresa AFNOR,como engenheiro mecânico,foi despedido pelos conflitos com os seus superiores, a quem corrigia constantemente erros ortográficos, que retrata em Vercoquin et le plancton (1947).
Assinou peças de teatro, contos literários, letras musicais e romances, entre os quais se destaca A

Espuma dos Dias,(faz parte da minha biblioteca) considerada por muitos a sua obra-prima. Com uma atitude por vezes surrealista, Vian procurou que a sua escrita transmitisse a capacidade que a língua tem de apresentar um mundo imaginário mais real e revelador do que a rotina da vida normal, diária e banal.
Fascinado pelo surrealismo, o absurdo está sempre presente nas suas obras. Apesar de uma leitura mais desatenta poder mostrá-lo como um autor que cultiva gratuitamente situações e personagens bizarras, Vian reflecte, de forma insólita, é certo, sobre várias problemáticas da condição humana: o amor, o trabalho, a doença, a amizade, a religião ou a liberdade individual. A Espuma dos Dias e O Arranca Corações fazem dele uma sensação literária, amado por uns poucos, ridicularizado pelos críticos.
Da Espuma dos Dias, já foi feita uma ópera, em três actos, pelo compositor russo Edison Denisov. Além disso, e com uma alteração significativa do título, ?Spray of the Days? (de 1968) é uma adaptação do livro ao cinema, autoria de Charles Belmont. Boris Vian escreveu também "O Arranca Corações "(53), " Outono em Pequim" (47), "As Formigas" (49) ou "Erva Vermelha "(50). E outros tantos títulos sobre o pseudónimo de Vernon Sullivan.
"Matador"...
Foi nomeado "matador de primeira classe" no Colégio dos Patafísicos. A Patafísica é a ciência das soluções imaginárias: a missão era "explorar os campos negligenciados pela física e metafísica". O grupo tinha um pai espiritual (Alfred Jarry, escritor, morreu em 1907) e reunia o barão Mollé (amigo de Jarry e de Apollinaire), Michel Leiris, Ionesco, Henri Robillot, Pascal Pic, Jacques Prévert.
...e "déspota"
Dias antes de morrer, deu uma festa na "varanda dos três déspotas" - Vian, Prévert e Ergé - em honra do barão Mollé, recém-eleito curador dos Patafísicos. Foi a mais bela reunião, o apogeu do grupo, com Henri Salvador, Noël Arnaud, Pierre Kast ou René Clair. O "déspota" Latis pronunciou o elogio fúnebre de Vian, que sofria já de complicações cardíacas. "Morrerei antes dos 40", disse. Os médicos obrigaram-no a deixar o trompete.
A sua doença obrigou-o a deixar de tocar jazz – chegou a ser, ainda na década de 1930,trompetista no Hot Club de França – e os últimos anos da sua vida foram passados na dependência de medicação, vindo a morrer por insuficiência cardíaca, depois de um ataque de coração, ocorrido quando via a adaptação do seu livro Irei Cuspir-vos nos Túmulos,(faz parte da minha biblioteca) no Cinema Marbeuf.
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