FICAP

Um festival de cinema tendo como foco principal as artes performativas arranca em Lisboa, no próximo dia 20, no Museu Nacional de Teatro. Às secções oficiais de competição, juntam-se as retrospectivas dos encenadores Peter Brook e Robert Wilson. Não é um festival de teatro e de dança. Não é um festival de cinema. É um festival que quer mostrar um panorama do que se vem fazendo quando cinema e vídeo se ligam às artes performativas. A ideia é a de que o FICAP - Festival Internacional de Cinema de Artes Perfomativas possa, num futuro próximo, transformar-se no maior panorama internacional daquilo que se faz em cinema e vídeo no que diz respeito à sua ligação às artes perfomativas como o teatro, a música, o circo ou a dança. Neste contexto, o director artístico do FICAP, Frederico Corado, explicou, ontem, em conferência de imprensa, que este é o ano zero do projecto. "A ideia é que as pessoas vejam teatro, música , circo e dança através dos filmes que foram programados. Este não é mais um festival de cinema. É algo diferente e ocupa um lugar específico no panorama nacional", assegurou.Nesta edição, a organização decidiu ainda programar duas retrospectivas - uma sobre Peter Brook, unanimemente considerado um dos mais influentes encenadores do século XX. No FICAP, e no âmbito desta iniciativa, serão apresentados sete filmes realizados pelo encenador inglês. Outro dos homenageados será o norte-americano Robert Wilson, de quem o FICAP assegura ter pela primeira vez reunido a quase totalidade da sua obra (falta apenas um filme que foi dado como perdido pelo próprio autor, mas sobre o qual estão a ser desenvolvidos esforços no sentido de ser recuperado).