11/09/2008

ALEXANDRE O´NEIL

Em Lisboa, a 19 de Dezembro de 1924, nasce o poeta Alexandre O’Neill, de nome completo, Alexandre Manuel Vahia de Castro O'Neill de Bulhões. Frequenta o Curso de Pilotagem da Escola Náutica em Lisboa, tendo-lhe sido recusada, devido à sua miopia, a cédula marítima. Termina assim, como aluno externo, o Curso Complementar de Letras do Liceu. Em 1946 entra como escriturário de 3ª classe na Caixa de Previdência dos Profissionais de Comércio em Lisboa, de onde sairá em 1952. Após um ano na Companhia de Seguros Metrópole, demite-se (1954), vindo a trabalhar na Sandoz. Em 1948 integra o Grupo Surrealista de Lisboa, constituído por Mário Cesariny, António Pedro, José-Augusto França, Vespeira, Moniz Pereira, António Domingues e Fernando de Azevedo, experiência com que se estreou literariamente com o poema gráfico “A Ampola Miraculosa”. Em 1951, já afastado daquele movimento mas a cuja experiência ainda então se refere, publica a primeira colectânea de poemas, Tempo de Fantasmas, a que se seguiriam dez outras, a última das quais no ano da sua morte, bem como dois volumes de narrativas. Em 1958 publica No Reino da Dinamarca, em 1960, Abandono Vigiado, em 1962, publica Poemas com Endereço e em 1965, Feira Cabisbaixa e De Ombro na Ombreira. Em 1970 é editado um volume dos seus textos em prosa, escritos regularmente para a imprensa, sob o título As Andorinhas Não Têm Restaurante. Em 1972, publica Entre a Cortina e a Vidraça. Em 1978 escreve Jesus Cristo em Lisboa, em parceria com Mendes de Carvalho, tragicomédia inspirada na peça homónima de Raul Brandão e Teixeira de Pascoaes. Em 1982, publica o volume Poesias Completas 1951/1981, que inclui um livro de 1981, As Horas já de Números Vestidas, obra que recebe “ex-aequo”, o prémio da Crítica de Literatura (Associação Internacional de Críticos Literários). Colaborou na década de sessenta nos suplementos literários Vida Literária, do Diário de Lisboa, e Cultura e Arte, d’O Comércio do Porto, e dirigiu com Palma-Ferreira e Carlos Ferreira a revista Critério (1975-1976). Regista-se ainda uma colaboração dispersa, entre outros, pelos seguintes jornais e revistas literárias: Litoral (1944-1945), Mundo Literário (1946-1948), Unicórnio (1951), Pentacórnio (1956), Europa (1957), Diálogo (1957-1958), Notícias do Bloqueio (1957-1962), Cadernos do Meio Dia (1958), Cronos (1965-1970), Sílex, de cujo conselho de leitura fazia parte (1980), e Jornal dos Poetas e Trovadores (1983). Morre em 1986, vítima de um acidente cardíaco.
Singular retratista, Alexandre O´Neil, traçou um Portugal contemporaneo que se contradiz, e marcou a psicologia de um povo que têm mais fé, que feitos.

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