28/12/2007

MARINA ABRAMOVIC













“Deveríamos redescobrir o poder do erotismo e dos órgãos sexuais”, diz a artista Marina Abramovic
A aposta nos impulsos irracionais foi um dos aspectos determinantes de várias obras da pioneira das performances Marina Abramovic. Ao longo de sua carreira, a artista desafiou as capacidades físicas e mentais do corpo, colocando sua integridade em risco com atos de violência calculada. Sob o impacto das guerras na ex-Iugoslávia, a artista voltou-se na última década à reflexão sobre os conceitos de nacionalidade, territorialidade e história da região onde nasceu. Os sete vídeos de “Balkan Erotic Epic”, expostos no Sesc Pinheiros, em São Paulo, evocam o poder de cura humana, de intervenção na natureza e de comunicação com Deus atribuído à sexualidade em rituais descobertos por ela em manuscritos dos séculos XIV a XIX. A mostra em cartaz de outubro a novembro foi organizada pela Art of the World e Hangar Biccoca, com a curadoria de Adelina von Fürstenberg.
Os vídeos mostram a reencenação das antigas práticas eróticas. Homens com trajes tradicionais exibindo o pênis ereto ou copulando com a terra. Mulheres massageando os seios enquanto contemplam o céu ou encharcadas pela chuva, cobertas de lama, expondo a vagina para a terra. São situações de exposição e busca de amparo por meio do prazer. A conquista da soberania do sujeito torna-se um exercício de dimensão lírica e aberta aos relacionamentos com o outro e a natureza.


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