23/05/2013

ANNIE LEIBOVITZ

 A fotógrafa norte-americana "uma das dinamizadoras do fotojornalismo mundial"Annie Leibovitz, considerada a maior fotógrafa viva da atualidade, com 42 anos de carreira a maioria dos quais dedicados ao retrato, foi hoje distinguida com o Prémio Príncipe das Astúrias de Comunicação e Humanidades, o mais alto galardão de Espanha.

 O prémio é constituido por uma escultura de Joan Miró - símbolo do Príncipe das Astúrias - um diploma, uma insígnia e 50.000 euros.

 Uma das mais famosas fotografas ao lado de Ansel Adams, Robert Capa, Henri Cartier-Bresson, Richard Avedon, Brian Duffy, Helmut Newton, Nan Goldin, Cindy Sherman, Joel-Peter Witkin, Dorothea Lange autora de uma das mais famosas fotos Migrant Mother, 1936,David LaChapelle, Jerry Uelsman, Brassai pseudônimo de Gyula Halas, e Yousef Karsh.

Nascida Anna-Lou Leibovitz, em 2 de outubro de 1949, em Waterbury, Connecticut, ela é um dos seis filhos de Sam, um tenente da Força Aérea, e Marilyn Leibovitz, um instrutor de dança moderna.

Depois de viver brevemente num kibutz israelita Leibovitz voltou para os EUA em 1970, e para um trabalho com a start-up rock music magazine Rolling Stone. Impressionado com portfólio de Leibovitz o editor Jann Wenner ofereceu-lhe um emprego como fotógrafa pessoal. 

 Dentro de dois anos, com 23- Leibovitz foi promovida a fotógrafo-chefe - um título que ela iria obter durante os próximos 10 anos. A sua posição com a revista proporcionou-lhe a oportunidade de acompanhar a banda Rolling Stones na sua turnê internacional de 1975.

Fotógrafa de 'estrelas' competia com a agência Magnum e a jornalista britânica Christiane Amanpour, especializada em retratos, sobretudo de 'estrelas', a fotojornalista que fez um nu de John Lennon pouco antes do músico britânico ser assassinado, convenceu a atriz Demi Moore a pousar nua no sétimo mês de gravidez, Whoopi Goldberg (semi-submersa numa banheira de leite) e imortalizou a Rainha Isabel II, competia neste prémio com a agência Magnum e a jornalista britânica Christiane Amanpour.

Annie Leibovitz, nascida em S. Francisco em 1949 tornou-se uma fotógrafa reconhecida nos anos 70. A timidez no trato contrastava com as fotos teatrais e psicológicas que se tornaram a sua assinatura enquanto artista.  Em 1970, conseguiu um emprego na revista Rolling Stone. Em 1983, começou a trabalhar para o entretenimento na revista Vanity Fair. Durante a década de 1980, Leibovitz começou a trabalhar em uma série de campanhas publicitárias de alto perfil. 
 
 A mais notável foi a campanha da American Express “Membership”, com os seus retratos de cartões de celebridades, como Elmore Leonard, Tom Selleck, e Luciano Pavarotti, rendeu-lhe um Clio Award em 1987.
 
É dela a fotografia de John Lennon e Yoko Ono abraçados. Seguiram-se outras figuras públicas como a Rainha Isabel II (competia neste prémio com a agência Magnum e a jornalista britânica Christiane Amanpour), Gorbachev, Andy Warhol, Barack e Michelle Obama ou a estrela pop Miley Cirus numa atitude erótica.

Estava lá naqueles tempos da contracultura nova-iorquina e confessou numa entrevista que nessa altura se sentia fracassar sempre que não tirava uma boa fotografia. Em 1971, Annie Leibowitz começou a trabalha na revista "Rolling Stone", onde começou a fazer fotografias artísticas de estrelas da música.

Além de retratista de famosos, Leibovitz é conhecida também pelas suas fotografias documentais e de paisagens. 

Entre outros dos seus trabalhos mais famosos destacam-se a série que realizou em Sarajevo em 1990, a campanha para a eleição de Hillary Clinton como senadora e o gabinete de George W.Bush pouco depois dos ataques de 11 de Setembro. 

 Em 1983, mudou-se para a revista "Vanity Fair" a que continua ligada até hoje. Não se limita às páginas da revista. Está em livros e em exposições.

Mãe de três filhos, Annie Leibovitz foi casada com a escritora e ensaísta Susan Sontag, com quem viveu durante mais de uma década, tendo registado em imagens os últimos momentos da vida da sua companheira, que faleceu de cancro em 2004.

GIOVANNI FALCONNE - PAOLO BORSELINO

 Giovanni Falcone e Paolo Borsellino

 A luta contra a Mafia em Itália reforça-se com as vicissitudes e experiências do passado.
20 anos depois da morte do juiz Falcone, o célebre juiz antimafia, morto num atentado que comoveu o país, foi lembrado com pompa e circunstância.

A Sicília assinala o 21o aniversário do atentado que vitimou o juíz Falcone com uma frota anti-mafia. Cerca de 3 mil estudantes e professores chegaram ao porto de Palermo a bordo dos navios da legalidade, Falcone e Borselino. Uma forma de promover a luta contra a mafia na região onde os dois juizes foram vítimas da “cosa nostra”, com dois meses de diferença, em 1992.

R.I.P. GEORGES MOUSTAKI

Morreu o cantor Georges Moustaki.
 
Aos 79 anos, em Nice. Em 2008 deu dois concertos em Portugal (na Casa da Música do Porto e no Centro Cultural de Belém), teve uma carreira de mais de 50 anos.

 Era um dos vultos maiores da canção popular francesa, e um repertório com cerca de 300 canções interpretado em várias línguas, como italiano, grego, espanhol e português. Tinha 79 anos. Milord ou Le Métèque, símbolo do Maio de 68, tinham a sua assinatura. Edith Piaf, Serge Reggiani ou Juliette Gréco devem-lhe alguns dos seus maiores êxitos.

O cantor e compositor francês, de origem grega, Georges Moustaki, morreu hoje, em Nice, França, aos 79 anos, completados a 3 de Maio. Nascido no Egipto, em Alexandria, de pais judeus gregos, ficou conhecido por canções como Le métèque, uma balada romântica sobre um estrangeiro sonhador com ecos autobiográficos, que haveria de se transformar num dos símbolos da revolução do Maio de 68.

É que ele havia crescido num ambiente multicultural, envolvido por quatro idiomas (italiano, francês, árabe e grego), tendo-se apaixonado desde cedo pela literatura e pela canção popular francesa, em particular por Edith Piaf, com quem manteve uma relação afectiva e para quem viria a escrever o clássico Milord (1958)

Abandonou os espectáculos ao vivo há quatro anos por causa de uma doença pulmonar que o impedia de cantar na plenitude. O seu mestre era Georges Brassens, tendo por isso utilizado o nome Georges como pseudónimo artístico, ele que se chamava Giuseppe Mustacchi.

Um dos reconhecidos nomes da «chanson française»,chegou a Paris em 1951, tendo nos anos 1960 composto canções para todos os grandes cantores franceses da época como Henri Salvador, Yves Montand, Juliette Gréco, Serge Reggiani ou Barbara.

R.I.P. RAY MANZAREK

Morreu no dia 20 de Maio em Rosenheim, na Alemanha, aos 74 anos, o teclista e compositor Ray Manzarek, um dos fundadores da banda The Doors ao lado de Jim Morrison.

Segundo informações da família, ele sofria de um cancro no ducto biliar- vias biliares.

O som do seu órgão era um dos mais reconhecíveis da música rock.
A imagem do seu tronco curvado sobre as teclas, uma das mãos desenhando linhas de baixo, a outra divagando pelo órgão, ficarão para sempre associadas a uma banda, os Doors, e a um tempo, os anos 1960.

Ray Manzarek foi um dos instrumentistas que melhor os representou e foi, até ao fim da vida, nesta segunda-feira, totalmente um filho das ambições estéticas e dos sonhos de reinvenção e despertar espiritual desse tempo.

Um romantismo perfeitamente ilustrado no início de tudo. Manzarek encontrou Jim Morrison, colega da mesma faculdade de Los Angeles, na praia de Venice. Morrison mostrou-lhes algumas letras que escrevera. "Moonlight drive": "Let's swim to the moon / Let's climb to the tide". Os Doors nasciam ali, naquela tarde.

 Em 2002, Manzarek reuniu-se com o guitarrista Robby Krieger para recuperarem os trabalhos da banda que ficou na história através do vocalista Jim Morrison (que morreu aos 27 anos e cuja campa, em Paris, é ainda hoje motivo de peregrinação) e dos vários álbuns, que venderam mais de 100 milhões a nível mundial, pontuados por presenças em bandas sonoras como a do filme Apocalypse Now, de Francis Ford Coppola.

Desde então, os dois membros fundadores da banda, em conjunto com o vocalista dos The Cult, Ian Astbury, passaram por Portugal, pelo menos, três vezes, atuando no Pavilhão Atlântico e no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, e no Festival Marés Vivas, em Vila Nova de Gaia.

Manzarek chegou a fazer discos de "spoken words" com o poeta beat Michael McLure e mantinha uma atividade artística intensa. Prosseguia tocando com The Doors e com a sua banda reformada, a primeira com Ian Astbury (ex-The Cult) nos vocais e a última com o cantor Scallions (ex-The Fuel).

Segundo contou o guitarrista Robby Krieger, no ano passado, eles pretendiam vir uma terceira vez ao Brasil, desta vez com o cantor David Brock, que toca numa banda de covers dos Doors chamada Wild Child.

Ele também gravou um disco, ainda inédito, com guitarrista Roy Rogers (eles já tinham lançado, em 2008, o álbum Ballads Before the Rain), segundo revelou Rogers recentemente. "Quando conheci Ray Manzarek, há uns seis ou sete anos, primeiro desenvolvemos uma amizade. Ele é um ícone do rock, não há lugar no planeta que não conheça The Doors. Mas vimos que havia uma compatibilidade musical entre a gente, o teclado dele caía como uma luva na minha guitarra. Nos divertimos muito por aí", contou Roy Rogers.

 Até 1971, data da morte de Jim Morrison e da edição de LA Woman, o último álbum do vocalista com os Doors, Ray Manzarek firmou com a banda o seu legado na história da música popular urbana. Álbuns como Strange Days ou Morrison Hotel e canções como Light my fire, The end, When the music's over ou Riders on the storm têm a marca do seu talento que, segundo o próprio, residia mais na liberdade da imaginação que na força do virtuosismo. "Sou basicamente uma espécie de pianista de 'cocktail jazz'. Serei o primeiro a admitir que não sou um teclista muito bom", terá afirmado um dia.

Na memória dos fãs ficam temas como: Break on Through to the other side”, ou “Light my Fire”.

18/05/2013

JOY DIVISION


MUSICOS E ARTISTAS PORTUGUESES

Victor Torpedo com uma guitarra nos braços, dos concertos que nos fazem crer de novo, para sempre, na energia eléctrica reparadora do rock’n’roll (outrora nos Tédio Boys e 77, agora nos regressados Parkinsons e Tiguana Bibles).

O que muitos não saberão é que Victor trilha um outro percurso, o de artista plástico, em parceria com o artista suíço Jay Rechsteiner.

Victor é Sardine, Jay é Tobleroni, juntos são Sardine & Tobleroni, a trabalhar desde 2006. “Ele vem da escola [de artes], eu venho do lado oposto. Há algumas coisas que ele aprende comigo e outras que eu aprendo com ele”, diz Torpedo. Em 2008, fizeram “Espelho Meu”, uma história do rock português em quadros. Correu tão bem que quiseram avançar para outra.

Nasceu We Love 77, que já passou por Londres, onde mereceu “hype” na imprensa e duas mil visitas, e chega ao Centro de Artes Plásticas de Coimbra (CAPC), a cidade de Torpedo, onde fica até 29 de Outubro.

São 77 quadros pintados a duas mãos (Victor pinta a parte direita, Jay a esquerda), 77 retratos de personagens fundamentais da história do punk, das raízes (Sonics, Seeds) à explosão de 1977 (Ramones, Sex Pistols) e aventuras pós-punk (Wire, Joy Division), sem esquecer gente como os Descendents e os Rancid.

IAN CURTIS - MORREU HÁ 32 ANOS

Ian Curtis, o vocalista dos Joy Division, morreu há 32 anos, a 18 de Maio de 1980, na sua casa de Macclesfield.
 Há 32 anos, o rock perdia um de seus nomes mais importantes. Ian Curtis tinha apenas 23 anos quanto cometeu suicídio, enforcando-se na cozinha de sua casa.
O epitáfio de Ian Curtis, no cemitério de Macclesfield, Cheshire, nas imediações de Manchester, não poderia ser mais apropriado: "Love Will Tear Us Apart". A canção, que hoje é um clássico da iconografia pop-rock, perdura como registo autobiográfico de uma estrela tão ascendente quanto suicida.

Lançado postumamente, "Love Will Tear Us Apart" foi o tema mais funesto gravado pelos Joy Division e o "single" do grupo que mais subiu na tabela de vendas inglesa (um modesto 13.º lugar). A canção já conheceu várias versões (de Paul Young aos Nouvelle Vague) e foi nomeada para o prémio de melhor tema dos últimos 25 anos da música britânica (ganhou Robbie Williams...).

Juntamente com "Closer", segundo álbum de originais, o tema contribuiu para imortalizar uma banda cuja importância é inversamente proporcional à sua duração e transformar Curtis no primeiro mártir rock dos anos 80. Anos que não viveu de todo, mas que influenciou como ninguém.

Ian Curtis suicidou-se na sua casa de Macclesfield a 18 de Maio de 1980, depois de assistir a um filme de Werner Herzog e de ouvir "The Idiot", de Iggy Pop. Morreu prestes a partir para uma digressão pelos EUA, de forma aparentemente premeditada, no auge da carreira do grupo e depois de concluído um dos seus sonhos: ser capa do "New Musical Express".

As suas últimas canções eram já bilhetes desesperados de despedida, resultado de uma vida amorosa tortuosa e de uma epilepsia que nunca quis assumir frontalmente. As duas últimas letras que escreveu, as de "Ceremony" e de "In a Lonely Place" (com que os sucessores New Order se estrearam), são esclarecedoras quanto às suas intenções lúgubres. Assim como as imagens de "Closer".

Peter Saville, o "designer" das capas do grupo e da esmagadora maioria dos discos da defunta Factory Records, escolhera sem saber a mortalha ideal para o vocalista dos Joy Division: as fotografias do cemitério de Staglieno, em Génova, da autoria de Bernard Pierre Wolff. Vinte e cinco anos depois, Saville reconheceu, à "Mojo", que Curtis fizera da capa de "Closer" mais uma nota para o seu suicídio.

“Os Joy Division não eram punk, mas eram directamente inspirados pela sua energia”. Jon Savage, uma das vozes críticas essenciais dos anos 80, sabe o que diz. No início, o grupo chegou a chamar-se Warsaw, em homenagem a David Bowie (o primeiro tema do lado B de "Low" chamava-se "Warszawa"), quando pelo palco do Electric Circus passavam os The Buzzcocks, os The Fall e outras bandas que faziam de Manchester o pólo criativo que varreu o final da década de 70 e da década seguinte.

A proximidade fonética com o nome de uma banda que nunca deixou a obscuridade foi o argumento para a mudança de nome para Joy Division — a ala dos campos de concentração nazis destinada ao trabalho sexual forçado.

Warsaw
O Joy Division foi formado em 1976, mas adotou este nome apenas em janeiro de 1978. Antes, a banda chamava-se Warsaw, em referência à música "Warszawa", de David Bowie.
Voz
Curtis cantava no registro baixo-barítono, mas ao falar sua voz não era tão grave. Suas primeiras gravações, ainda na época do Warsaw, trazem um registro mais próximo de sua voz falada.
Casamento
Ian Curtis casou-se com Deborah Woodruff em agosto de 1975, quando ele tinha 19 anos e ela 18. O casal teve uma filha, Natalie, nascida em 1979.
Último show
A última apresentação do Joy Division aconteceu em 2 de maio de 1980, duas semanas antes da morte de Curtis, em Birmingham, na Inglaterra. Trechos deste show estão na coletânea "Still".
Epilepsia
Curtis sofria de epilepsia. Ele foi diagnosticado em janeiro de 1979. Também escreveu uma canção sobre a doença, "She's Lost Control". A música está no disco "Unknown Pleasures".
Herzog e Iggy
Antes de cometer suicídio, Curtis assistiu ao filme "Woyzeck", dirigido pelo alemão Werner Herzog. O último disco que ele ouviu foi "The Idiot", de Iggy Pop
Single póstumo
A canção mais conhecida do Joy Division, "Love Will Tear Us Apart", foi lançada um mês após a morte de Curtis. O segundo disco da banda, "Closer", saiu dois meses depois de seu suicídio.
Túmulo
O túmulo de Curtis traz as inscrições "18 - 5 - 80" e "Love Will Tear Us Apart". Em 2008, a lápide foi roubada do cemitério de Macclesfield e teve que ser substituída por uma nova
New Order
Após o suicídio de Curtis, os integrantes da banda (o guitarrista Bernard Sumner, o baixista Peter Hook e o baterista Stephen Morris) formaram o New Order. Seu primeiro single, "Ceremony", foi composto por Ian Curtis.
Homenagem
Em 2010, Peter Hook fez uma série de shows com músicas do Joy Division. Seus ex-companheiros de banda o criticaram por supostamente se aproveitar da memória de Curtis.
 

BOBERT WILSON - PETER PAN - COCO ROSIE

Peter Pan, o menino que não queria crescer, voltou aos palcos em Berlim e Londres.

A versão alemã é dirigida pelo visionário diretor de teatro americano Robert Wilson e tem uma banda sonora especialmente composta para o espetáculo pelo duo CocoRosie.

 Já a versão inglesa explora o encontro imaginário entre Peter e Alice - aquela do País das Maravilhas - com dois nomes de peso do teatro e do cinema inglês.

Depois de colaborações bem-sucedidas com músicos como Lou Reed e Rufus Wainwright, Robert Wilson recrutou para sua viagem à Terra do Nunca o duo de folk psicodélico CocoRosie, formado pelas irmãs Sierra e Bianca Casady.

Com a atmosfera onírica e o impacto visual característicos de seus espetáculos, o diretor americano recupera os aspectos crueis e sombrios do conto original.

A produção teve estreia mundial no Berliner Ensemble, em Berlim. Outras representações estão agendadas na cidade até junho e em Paris no mês de dezembro.

Em Londres, a peça "Peter e Alice" foi escrita por John Logan, roteirista de "Operação Skyfall", o último episódio da saga cinematográfica de James Bond.

Ele imaginou um diálogo entre Alice Liddel Hargreaves, a menina que inspirou Lewis Carroll a escrever "Alice no País das Maravilhas", e Peter Llewelyn Davies, que teria sido o modelo do autor de "Peter Pan". Eles se encontram durante a abertura de uma exposição sobre Lewis Carroll em 1932.

A peça é uma reflexão sobre a memória e a imaginação, sobre a perda da inocência infantil e o peso da celebridade. A Alice e o Peter da vida real são continuamente confrontados aos personagens que os tornaram famosos e aos autores que se apropriaram das suas fantasias de criança.

Alice aos 80 anos e Peter aos 35 são interpretados por Judi Dench e Ben Wishaw, dois atores que também contracenaram em "Operação Skyfall". O desempenho deles arrancou elogios da crítica inglesa.

O BANQUEIRO LADRÃO - Dominique Strauss-Kahn

O trailer do filme inspirado no escândalo sexual envolvendo o ex-diretor do Fundo Monetário Internacional, Dominique Strauss-Kahn, apareceu na Internet no primeiro dia do festival de Cannes. "Welcome to New York" (Bem-vindo a Nova York, em tradução livre) é dirigido pelo cineasta americano Abel Ferrara e protagonizado pelo ator francês Gérard Depardieu.

FRANK ZAPPA


CANNES 2013 - JIA ZHANG-Ke- O RUOBO DAS JOIAS

 As atribulações do festyival de cannes 2013. A ficção imitou a realidade, que imitou a ficção.

A 66ª edição do Festival de Cannes fica marcada por um assalto e pelo disparo de tiros.

Cannes: roubo de joias no cinema e na vida real. Podia ser o argumento de um filme mas neste caso a realidade imitou o cinema. Ao segundo dia do Festival de Cannes, um grupo de assaltantes roubou 780 mil euros em jóias.

Garantido que a Palma de Ouro não foi roubada.

No dia em que «The Bling Ring» foi exibido no festival, ladrões levaram joias do cofre de um quarto de hotel do Novotel, na cidade francesa, no valor de um milhão de dólares.

 O novo filme de Sofia Coppola surge baseado numa história verídica de um grupo de jovens que roubava artigos de luxo (incluindo joias) das casas de celebridades como Paris Hilton, Lindsay Lohan e Orlando Bloom.

Emma Watson, Leslie Mann e Taissa Farmiga protagonizam a película exibida em Cannes na secção Un Certain Regard.

Os colares, brincos e pulseiras da Chopard, destinavam-se às celebridades que até dia 26 vão desfilar nas passadeiras vermelhas de Cannes.

A Chopard é o um dos principais patrocinadores do Festival de Cannes, sendo responsável pela criação da Palma de Ouro e pelos troféus de melhor ator e atriz.A joalheria fabrica gratuitamente o troféu, de 118 gramas de ouro, avaliado em mais de 20 mil euros.

 A direção do hotel, que fica em frente à delegacia da polícia municipal, recusou-se a fazer qualquer comentário.

Passavam poucos minutos das 20:00 estava no ar o noticiário do Canal+ em plena «Promenade de La Croisette», em Cannes, a propósito do Festival de Cinema. Toda a gente bem disposta até que um homem disparou dois tiros para o ar e ameaçou fazer explodir uma granada, o que causou pânico entre as pessoas presentes.

Na altura estavam a ser entrevistados os atores Christoph Waltz e Daniel Auteuil, membros do júri.

O homem foi detido de imediato e ninguém ficou ferido. Gritou: «Faço isto em nome de Deus». Segundo a polícia, tinha ainda uma faca e uma navalha.

 Em fevereiro, uma quadrilha levou, em plena luz do dia, 150 relógios de uma loja de luxo situada na Croisette, também avaliados em um milhão de euros.

Durante a edição de 2012 do Festival, assaltantes também furtaram quatro relógios de luxo dos jogadores senegaleses Souleymane Diawara et Mamadou Niang, no valor de 400 mil euros.

 Sexo e violência são os temas dominantes no primeiro dia da disputa pela palma de Ouro no festival de Cannes. De volta à competição dez anos depois de "Swimming Pool - À Beira da Piscina", o cineasta francês François Ozon apresenta "Jeune et Jolie" (Jovem e Bonita, em tradução literal), sobre uma adolescente que se prostitui por diversão.

 “Um Toque de Pecado”, de Jia Zhang-Ke, conta a trajetória de quatro destinos em quatro áreas distintas da China contemporânea. A violência e a febre de consumo da sociedade chinesa marcam as histórias. É a terceira indicação de Jia Zhang-Ke à Palma de Ouro.

Um país confuso, rigoroso e em transição social e política. O tema recorrente na cinematografia de Jia Zhang-Ke desta vez vem de quatro atos em *A Touch of Sin* (Tian Zhu Ding), baseado em historias verídicas de assassinatos e mortes em variados graus e situações na China. Em diferentes regiões do país como Cantão, Hubei e Shanxi, os personagens socialmente oprimidos que protagonizam cada narrativa do filme carregam em si o poder de mudar uma situação controversa com uma força vingativa.

É geralmente considerado como a figura de proa da "sexta geração" do cinema chinês, grupo que inclui também os realizadores Wang Xiaoshuai e Zhang Yuan, e um dos artistas mais célebres do cinema internacional.
 
Os primeiros filmes de Zhang Ke, uma triologia inspirada na sua província natal Shanxi, foram feitos fora dos apoios estatais chineses, e são, por isso, considerados filmes independentes. A partir de 2004, o estatudo de Zhang Ke aumentou, tendo lhe sido permitido filmar o seu quarto filme, em inglês The World, com apoio do estado.

Os filmes de Jia Zhang Ke têm recebido louvor crítico e obtido reconhecimento internacional, o mais notável dos quais o prémio máximo no Festival de Veneza para o filme Still Life, de 2006.


 Em pouco mais de uma década ele criou um corpo de trabalho que reflete as enormes mudanças dos últimos 50 anos da sociedade chinesa.

 Muito admirado pela crítica e uma inspiração para outros cineastas, Jia desenvolveu um original, em constante evolução estilo marcado pelo movimento da câmera fluida e uma relação porosa entre o real e o imaginado.  

Os seus filmes são caracterizados pela sua franqueza plainspoken e estética pós-moderna e povoada por amadores, bem como profissionais atores-iluminam as transformações que ocorrem no ambiente da China, arquitetura e sociedade, colocando pessoas todos os dias no meio de uma paisagem em tumulto.  

Com o objetivo de restaurar a memória concreta do lugar e para evocar a história individual de uma sociedade em rápida modernização, o cineasta recupera o passado imediato, a fim de imaginar o futuro. 

 Seus filmes refletem a realidade de verdade, ao mesmo tempo, usando fantasia e uma estética distinta de fazer perguntas existenciais sobre a vida e status numa sociedade em mudança


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