24/05/2011

PIXIES

Era algo que já tinha vindo a ser comentado, mas levou mais tempo do que o esperado para ter uma confirmação oficial. Os Pixies referências musicais dos anos 80 e início dos anos 90 do século passado confirmam que, quando terminarem a sua actual tourné no início deste mês de maio no Canadá vai ser posto a funcionar a gravção de um novo álbum, será o quinto da sua carreira, exactamente duas décadas depois da saída já distante do seu mais recente álbum, "Trompe le monde" (4AD, 1991).

Os quatro músicos de Boston que incendiaram a cena indie de finais de 80, com o seu pop/rock abrasivo e letras bizarras sobre ovnis, religião ou sexo, seguiram caminhos diferentes. A separação, em 1993, apresentou-se como irrevogável, sem grandes resultados, diga-se. Até que em 2004 voltaram à estrada juntos. Encheram os Coliseus de Lisboa e Porto,em 91 ( ou 92).O impacto já não foi o mesmo causado pelo concerto de reencontro com Portugal, no Super Bock Super Rock de 2004, até porque voltaram no ano seguinte para o festival de Paredes de Coura. Regressam a Lisboa com os clássicos do costume, em 2006.

Em digressão, sem material novo, há sete anos, os norte-americanos discutem, na entrevista, ao site Spinner, abertos a gravar um novo disco - mas confessaram alguns receios, também. O seu estatuto de grupo de culto junto de uma geração que nem sequer era nascida quando álbuns como Surfer Rosa (1988) foram lançados.

Enquanto que confirmam essa boa notícia, não negam os problemas que levaram à separação terem desaparecido completamente, e ainda com a actividade conjunta novamente tomar o pulso da nova música com a realização de tournés desde 2004 (sem a introdução de novas composições- inéditos, só mesmo os filmes, Live in Newport, DVD do acústico em 2004, e LoudQUIETLoud, documentário sobre a reunião, com estreia no Festival de Cinema de Edimburgo e lançamento em DVD ) não se desprendeu do tempo os sentimentos interiores de confronto, pois os componentes resolveram-se, apesar da tentativa de trazer essa nova fase como positiva e possível tanto quanto puderem.

O guitarrista e o baterista adiantam que a fricção se verifica, sobretudo, entre "os outros dois da banda" (Kim Deal e Frank Black) e que até Bono, dos U2, já implorou aos Pixies que façam um disco novo.

"Estamos consolidados, enquanto unidade, e oxalá consigamos enterrar o machado. Até já enterrámos. Nessa altura podemos [ir para estúdio] e esperar que tudo corra bem".

"Uma vez na vida vou responder a isto com honestidade", acrescentou Joey Santiago. "No fundo penso que temos algum medo que [gravar música nova] vá causar alguma fricção. Mas quem sabe? Penso que [essas situações] até dão origem a boa música. Como Ray Davies [dos Kinks] a bater no maninho dele", disse, entre risos. "Essa raivinha até é boa".

"O que se passa é que queremos proteger o nosso legado. Se fizermos alguma coisa, é melhor que seja boa. E à medida que o tempo passa - já lá vão sete anos - torna-se cada vez mais difícil tomar essa decisão", contrapõe David Lovering.

Frank Black confirmou essas intenções e David Lovering, baterista da banda, disse em entrevista ao jornal britânico The Guardian que "estamos planeando algo novo", mas por agora vamos cumprir "com o prazer de estar em digressão, non-stop, graças aos fãs que se mobilizam para nos ver ", porque" não há nada concreto ", enquanto o guitarrista Joey Santiago confirmou que" estamos prontos para começar a gravar um novo álbum, seria o quinto álbum da carreira depois de quatro obras-primas do rock alternativo como foram "Surfer Rosa" (4AD, 1988), "Doolittle" (4AD, 1989), "Bossanova "(4AD, 1990) e " Trompe le monde "(4AD, 1991).

Tom Waits admirador do grupo, poderá ser o produtor do novo álbum.

Os Pixies fizeram no dia 13 de Outubro, 2010 o concerto mais longo de toda a sua carreira. Tocaram 33 canções - uma por cada mineiro - e ainda dois encores.

Os Pixies subiram ao palco cinco minutos antes de todos os mineiros terem chegado à superfície e esse foi o pretexto que transformou o concerto no Teatro de la Cúpula, em Santiago, capital do Chile, "num dos concertos com mais sentido entre todos os que já fizémos", de acordo com declarações de Frank Black.

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