É uma personagem que atrai muitos anti corpos. Goste-se ou não é uma figura incontornavel da musica popular portuguesa. Manuel João Vieira, é músico, artista plástico, performer e compositor( compulsivo) cantor, bandolineiro, banjista, tocador de harmónica, escreve a maioria das canções, tendo também participado ocasionalmente em longas metragens como os Capitães de Abril, de Maria de Medeiros.
“Corações de Atum” começou por ser, nos anos 90, o nome duma canção e dum CD em que Lello Minsk, aliás Manuel João Vieira, cantava temas românticos acompanhado pelo conhecido pianista e arranjador Shegundo Gallarza.
Vieira menciona sempre "o maestro", que deu origem à banda. Há uns anos Shegundo Galarza e Vieira gravaram juntos um extraordinário disco de canções de amor, "Corações de Atum". "Com a morte do maestro não pudemos apresentar o disco ao vivo", conta Vieira.
Ena Pá 2000, Irmãos Catita, Lello Minsk, Quarteto 4444, Artista Português, Lello Perdido (o seu novo projecto de fados), Corações de Atum, Vieira tem tantas encarnações que não seria errado chamar-lhe O Homem Desdobrável. Vieira parece menos Lello Minsk, parece menos o Candidato Vieira que agora se lança outra vez à Presidência da República ( já fez uma tourné com um burro...o problema agora, diz Vieira, é "conseguir as assinaturas")com o objectivo de roubar o lugar ao homem que mais dinheiros europeus gastou em toda a história da União Europeia.
Ele próprio tem noção de como esse imaginário domina mediaticamente todas as personagens que cria, sobrepondo ruído a qualquer tipo de seriedade subjacente ao seu trabalho.
Manuel João Vieira regressa aos discos "Romance Hardcore", agora como Corações de Atum, feito de, dixieland e swing anos 30, 40, 50, melodias clássicas, coisas do primeiro disco de Serge Gainsbourg, sambas-canções à Nelson Gonçalves, os anos 50 no Brasil, etc", e poucos palavrões.
De um lado "Romance", canções de charme à anos 30 a 50; do outro "Hardcore", que se distingue por conter, aqui e ali, imagens um pouco mais insidiosas.Veja-se "Strip tease (hard)", versão menos polida de "Strip tease (soft)": musicalmente são praticamente iguais, mas a primeira tem versos que nunca poderiam entrar na última, como "D'abord vou-te à cona / d'aprés vou-te ao cu" ou "Dois ricos buracos/ qual deles o melhor?/ num enterro a moca / no outro o vibrador".
Daí que este disco "de um lado tem as canções sem palavrões e do outro tem as canções com palavrões". Maneira de chegar à rádio, porque os senhores da rádio diziam sempre que não podiam passar os seus discos porque se se enganassem na canção saía- "caralhada".
As pessoas riram muito quando Vieira disse "caralhada". Os que se intitulam/ ou lhes chamam em Portugal de actores (os actuais "engraçadinhos"), desse ridículo chamado de stand up, só sabem dizer palavrões. E não falta quem lhes ache piada...
Hoje, a banda é composta pelo guitarrista e arranjador Nuno Ferreira, o pianista Rui Caetano, o contrabaixista João Custódio e o baterista Marco Franco.
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