03/04/2009

LISBOA - sala para duas mil ??

Lisboa precisa de mais uma grande sala de espectáculos? O Porto é que precisa urgentemente de uma sala para pelo menos mil espectadores. Possibilidade de construção de recinto para duas mil pessoas no Parque Mayer e restrições ao uso do carro no local estiveram ontem em debate Lisboa precisa de mais uma sala de espectáculos, qualquer coisa cujas dimensões estejam a meio caminho entre os cinco mil lugares do Coliseu e os pouco mais de mil do Centro Cultural de Belém? O assunto esteve ontem em debate, durante a apresentação dos termos de referência do plano de pormenor do Parque Mayer. Os termos de referência são as regras pelas quais se vai orientar o planeamento urbanístico daquele pedaço de cidade, que a Câmara de Lisboa quer transformar num pólo lúdicocultural, com teatros, bares, restaurantes, galerias de arte e um hotel. Manuel Aires Mateus foi o arquitecto que ganhou o concurso para desenvolver a reabilitação da zona. Foi ele quem, perante várias objecções da assistência sobre a viabilidade de construir um teatro para duas mil pessoas, quando os que existem raramente enchem, explicou as potencialidades da ideia: "Criar novos públicos. Quando o Centro Cultural de Belém foi projectado, havia a sensação de que quer as áreas de exposição, quer os auditórios tinham dimensões megalómanas. Hoje é pequeno para as necessidades. A grande escala induz procura." Não que esteja totalmente assente que o futuro Parque Mayer venha, de facto, a ter um equipamento cultural destas dimensões. "Há determinados espectáculos que o justifi cam, mas há que verifi car a viabilidade de uma sala destas", acautelou o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado. Na realidade, como acabou por explicar aos jornalistas no fi nal do debate, houve já vários promotores de espectáculos que fi zeram saber à câmara que alinhariam num projecto deste género, algo que, segundo o vereador, poderá custar entre 18 e 24 milhões de euros, equipamento já incluído. Mas se Aires Mateus se referiu a este novo equipamento como um teatro adaptável a várias funcionalidades, como a ópera, já Salgado vê o futuro recinto mais virado para os espectáculos musicais. O teatro de revista manter-se-á, assegurou Aires Mateus. Há boas possibilidades de isso acontecer, mas seja como for, os concessionários dos vários equipamentos culturais que a autarquia erguer no recinto, com ajuda das verbas do jogo do Casino de Lisboa, terão de se candidatar ao concurso que o município há-de lançar para o efeito, respondeu Salgado. Os mais recentes planos da autarquia para o local incluem um hotel e três teatros - o Capitólio, que vai ser reabilitado, o Variedades, feito de novo ou recuperado, e a tal terceira grande sala.

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