03/04/2009

Rufus Wainwright

O programa do Festival Internacional de Manchester, de 2 a 9 de Julho, inclui Lou Reed e Laurie Anderson, Kraftwerk com Steve Reich, ou duas noites Anthony & the Johnsons Nova Iorque deu-lhe uma tampa, mas Rufus Wainwright terá sempre Manchester: depois de ter sido recusada pela Metropolitan Opera de Nova Iorque, a primeira ópera do "singer-songwriter" canadiano ficou uns tempos sem cliente até que Manchester entrou na corrida (para ganhar, claro). Alívio: "Prima Donna" é coisa para estrear na segunda edição do Festival Internacional de Manchester, e isto é já no próximo dia 10 de Julho. A milhares de quilómetros da instituição que a encomendou - a própria Metropolitan Opera - mas no Palace Theatre de Manchester, que não tem nada contra um libreto em língua estrangeira. Wainwright passou os últimos anos a escrever - em francês, coisa que muito enfureceu a direcção da Metropolitan Opera, sobretudo quando o canadiano se recusou a traduzir o libreto para inglês - e a orquestrar esta ópera em dois actos sobre o "comeback" de uma soprano. "Quando comecei a escrever a ópera adoptei o francês, e na verdade passa-se em Paris. Fazia sentido - cresci em Montreal e falo a língua. A música começou a reflectir a língua do libreto. Mas a Met queria uma obra americana", explicou ao "Independent". Agora que tem um comprador, Rufus Wainwright tem grandes planos para "Prima Donna" (e para a ópera em geral): "A ópera foi raptada pelos intelectuais. Há muito tempo que eu queria transformá-la numa coisa um bocadinho menos intelectual e com mais capacidade de implicação emocional. É preciso que nos lembremos que a ópera já foi uma arte popular". Além da primeira ópera de Wainwright, o programa da segunda edição do Festival Internacional de Manchester - que decorre de 2 a 19 de Julho - inclui o primeiro concerto de longa-duração "featuring" Lou Reed e esposa, a senhora Laurie Anderson, um "blind date" dos Kraftwerk com Steve Reich, um tributo dos Durutti Column ao fundador da Factory Records, Tony Wilson, duas noites Anthony & the Johnsons em versão orquestral, e um programa de obras de Bach para o novo auditório de música de câmara, uma estrutura portátil projectada por - tinha de ser - a arquitecta do momento Zaha Hadid

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