O livro Crónica de uma morte anunciada, escrito por Gabriel García
Márquez, publicado em 1981, conta, na forma de uma reconstrução jornalística, o
último dia de vida de Santiago Nasar, num quebra-cabeças envolvente cujas peças
vão se encaixando pouco a pouco através da superposição das versões de
testemunhas que estiveram próximas ao protagonista. É a história do assassinato
de Santiago Nasar pelos dois irmãos Vicario, sem chance de defesa. No romance,
quase todos os habitantes do lugarejo onde vive Santiago, ficam sabendo do
homicídio premeditado algumas horas antes (daí o título), mas não fazem nada de
concreto para proteger a vítima ou impedir os algozes.
O objetivo da obra
é o de criticar a mentalidade primitiva que permite que um assassínio
premeditado tenha uma pena irrisória – independentemente da sua execução ter ou
não sido pressionada pelo costume – e que uma jovem seja violentamente
penalizada por não ter o comportamento sexual esperado para a época.
Por
outro lado, a intenção é também a de demonstrar a consternação face à incrível
quantidade de coincidências funestas acumuladas que deixam no ar a inquietante
reflexão de que "a fatalidade torna-nos invisíveis".
O livro também trata
do perdão e do tempo, da brevidade da vida e da eternidade dos sentimentos.
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