A internet é hoje em dia o reflexo daquilo que somos para o bem e para o mal. Eu criei este blogue com o objectivo de falar sobre a cultura pop - musica, cinema, livros, fotografia, dança... porque gosto de partilhar a minha paixão, o meu conhecimento a todos. O meu amor pela música é intenso, bem como a minha curiosidade pelo novo. Como não sou um expert em nada, sei um pouco de tudo, e um pouco de nada, o gosto ultrapassa as minhas dificuldades. Todos morremos sem saber para que nascemos.
15/09/2011
R.I.P. RICHARD HAMILTON
O artista plástico britânico, um dos mais influentes do século XX, morreu ontem aos 89 anos. Richard Hamilton preparava uma retrospectiva da sua carreira.
Hamilton criou uma série de obras de renome nos anos sessenta inspirado em artistas como Andy Warhol e Joseph Beuys.
Ele continuou a trabalhar nas suas mais recente peças até poucos dias antes da sua morte. Ainda não se sabe como ele morreu.
Um culturista seminu agarrado a uma espécie de chupa-chupa com as letras POP está numa sala de estar e tem por companhia uma senhora esbelta também ela seminua com um abat-jour na cabeça. Por perto têm todo o tipo de equipamentos electrónicos dos anos 50 numa bizarria de consumo que culmina num pedaço de fiambre na mesinha de café. "Just What Is It that Makes Today''s Homes So Different, So Appealing?" (O que torna as casas de hoje tão diferentes e apelativas?) é o título da primeira obra de arte pop a transformar-se em culto e a dar o pontapé de saída a uma corrente que imortalizou nomes como Andy Warhol.
"Grande negócio"
Também se atribui a Hamilton ter cunhado o termo "pop art", numa nota a alguns arquitetos que analisavam a possibilidade de organizar a exposição "This is tomorrow" ("Este é o amanhã"), de 1956.
Mas o pai, aquele que esteve presente no nascimento deste fenómeno artístico em 1956, teve uma morte muito menos trágica do que o norte-americano. Foi Richard Hamilton, o londrino nascido em 1922, que criou uma colagem com 26 centímetros por 24,8 suficientemente grande para ter impacto no mundo da arte. Aliás foi ele que no catálogo dessa mesma exposição usou a expressão "pop art". Mesmo assim nunca gostou de rótulos. "Estava interessado no fenómeno pop, mas nunca me associei ao termo, que usava para descrever Elvis Presley e um imaginário norte-americano vulgar com cones de gelados e hambúrgueres", disse o artista à BBC.
Richard Hamilton podia recusar o nome de criador, mas no seu obituário é impossível não o apelidarmos de pai da arte pop. O artista plástico morreu ontem, como informou a galeria de arte contemporânea Gagosian Gallery. Quanto à causa da morte e o local, o porta-voz da galeria nada disse. Hamilton tinha 89 anos e estava a preparar uma exposição de retrospectiva da sua carreira, que inauguraria em Londres, e depois seguiria para Los Angeles, Filadélfia e Madrid.
O director da Tate, Nicholas Serota, disse que Hamilton morreu como sempre quis: a trabalhar na sua arte. O jornalista do "The Guardian", Jonathan Jones, não tem dúvidas de que Hamilton é um dos mais influentes artistas britânicos do século XX e que ultrapassa Francis Bacon, Lucien Freud ou Damien Hirst.
Richard Hamilton, desenhou a capa de "White Album" dos The Beatles, consistindo de uma simples luva branca com o nome da banda gravado sobre ele, ficou também conhecido pela censura à sociedade consumista. "Ele criticava muito o fascínio pela sociedade de consumo, uma posição moral que é evidente na sua desconfiança pelo sistema político, de Thatcher a Tony Blair", disse à BBC o director da Tate. O ex-primeiro ministro inglês dos trabalhistas foi até apresentado como um cowboy.
Muito admirado pelos seus pares, incluindo (Andy) Warhol e (José) Beuys, Hamilton produziu uma série de pinturas requintadas, desenhos, gravuras, que lidavam com temas como o consumo, glamour, commodity e a cultura popular.
A pop art sempre foi a sua casa e a primeira definição foi sua em 1957 num texto cujas palavras são consideradas proféticas das preferências de Warhol e, mais recentemente, de Damien Hirst, escreveu:: "Pop art é popular (criado para as massas), transitória (com pouca duração), dispensável (facilmente esquecida), barata, produzida em massa, jovem (dirigida aos jovens), espirituosa, sexy, glamorosa e um grande negócio".
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