Depois de adoptar a Áustria como o país-tema de 2010, a Casa da Música volta-se agora para o outro lado do Atlântico.
De temas da banda sonora do filme “Os Sete Magníficos” até aos musicais de George Gershwin e Leonard Bernstein, de Hollywood à Broadway, da folk ao jazz e da pop ao rock, de Laurie Andersen a Philip Glass, de Edgard Varèse e da Escola de Nova Iorque a John Cage e ao movimento minimalista... a programação da Casa da Música, no Porto, para o próximo ano 2011, será dedicada aos Estados Unidos.
A América vai estar em foco, e um dos compositores mais marcantes da música minimalista, Steve Reich, será mesmo o compositor em associação no próximo ano.
Destaque-se a obra de Steve Reich, um recital de piano por Philip Glass (25 de Maio)um dos mais influentes compositores do séc. XX e autor de bandas-sonoras de filmes como "The Hours" e "Notes on a Scandal", pela qual recebeu um Óscar. A actuação dos músicos de jazz Steve Lehman Octet (25 Jan.), Daniel Levin Quartet (24 Fev), o regresso do pianista Brad Mehldau, desta vez trazendo o projecto "Love Songs", com a soprano Anne Sofie von Otter (26 Mar), Patricia Barber (23 Abril), Elliott Sharp (28 Abril), Steve Coleman & Five Elements, liderado pelo saxofonista fundador do movimento M-Base (15 Mai). Também Laurie Andersen regressará ao Porto, para apresentar o seu projecto "Delusion" (5 Jun), e Ken Vandermark (22 Maio), e vários nomes maiores do jazz americano.
Steve Reich vai estar na Casa da Música no dia 10 de Maio, a fazer uma palestra e a participar no concerto do agrupamento Bang on a Can, que, entre outras, tocará duas peças suas, "Electric Counterpoint" e "2x5", a segunda em estreia em Portugal. Outras obras de Reich serão interpretadas ao longo do ano em quatro outros concertos de formações residentes da Casa.
Para 2011, estão agendados mais de 170 concertos e centenas de actividades do serviço educativo. A aposta é, uma vez mais, "diversificar os géneros musicais", um propósito imediatamente exposto na escolha dos Estados Unidos como tema do ano. O país "onde melhor se fez sentir e continua a sentir-se o cruzamento de culturas na música", salienta o responsável.
O festival "Música & Revolução" regressa, simbolicamente, a 25 de Abril, tendo as Revoluções Americanas como tema. Será um "momento excitante", confessa Jorge Pacheco, tendo em conta a oportunidade de assistir a estreia em Portugal á versão original da peça "Amériques", de Edgard Varèse. A "obra sinfónica do séc. XX que convoca o maior número de músicos", sobem ao palco da Sala Suggia uma formação com mais de 130 intérpretes.
As diferentes "Revoluções Americanas" vão atravessar o festival Música e Revolução, em dois concertos (29 e 30 Abr), em que a Orquestra Sinfónica e o Remix Ensemble interpretarão obras de compositores que romperam com as tradições em diferentes áreas, como Morton Feldman, John Zorn, Frank Zappa, John Cage e Edgard Varèse. Cabe à pianista Ursula Oppens abrir as hostilidades com a "obra genial" de Frederic Rzewski, "O Povo Unido Jamais Será Vencido".
O ano de 2011 é também dedicado às quatro óperas de Richard Wagner reunidas sob o título "Anel do Nibelungo" - "O Ouro do Reno", "A Valquíria", "Siegfried" e "O Crepúsculo dos Deuses" serão interpretadas durante um fim-de-semana de Setembro pelo Remix Ensemble, sob direcção de Peter Rundel e com encenação de Antoine Gindt.
Trata-se da versão realizada por Jonathan Dove e Graham Vick em Inglaterra, no início dos anos 1990. Depois da apresentação no Porto, esta "Ring Saga" será levada a outros palcos europeus, entre a França e o Luxemburgo.que serão interpretadas durante um fim-de-semana de Setembro pelo Remix Ensemble, sob direcção de Peter Rundel e com encenação de Antoine Gindt.
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