09/10/2010

ANIVERSARIO DA MORTE DE JOHN LENNON

John Lennon era um músico, intérprete brilhante, e activista, uma voz a favor da paz mundial. Se estivesse vivo, completaria hoje 70 anos.

Foi a sua mãe que o iniciou na música, ao comprar-lhe uma guitarra aos 17 anos. John Lennon tomou-lhe o gosto e disse que um dia ia ser famoso. A mãe duvidava e a escola também: entre «um caso sem esperança», «desperdício de tempo» e «um palhaço», houve de tudo um pouco no seu boletim escolar. Também não acabou a faculdade e quase foi expulso da mesma.

Foi quando se juntou a Paul McCartney e George Harrison que se terá sentido, pela primeira vez, totalmente integrado. Tinha apenas 19 anos, quando partiu para Alemanha com os (já) Beatles, onde actuou durante 48 noites seguidas. As drogas já eram frequentes na altura, principalmente as anfetaminas, que o ajudavam a manter-se acordado.

Os Beatles começaram a crescer, a bater recordes, a esgotar salas... Era a Beatlemania em pleno, que motivou uma das frases mais célebres de sempre: «o cristianismo vai desaparecer... Nós, os Beatles, somos maiores que Jesus».

44 anos depois de John Lennon ter proclamado que os Beatles eram "maiores que Jesus", o Vaticano fez saber, na sua publicação oficial, que a beleza das canções dos Fab Four se sobrepõe ao seu modo de vida.

"É verdade que eles tomavam drogas, deixaram-se levar pelo sucesso e viviam vidas disso lutas e desinibidas. Até disseram que eram mais famosos que Jesus. Mas, ouvindo as suas canções, tudo isto parece distante e insignificante".

"As suas belas melodias, que mudaram a música pop e ainda nos comunicam tantas emoções, vivem até hoje como jóias preciosas", pode ler-se no artigo do L'Osservatore Romano, que considera os Beatles "o fenómeno mais duradouro, consistente e representativo da história da música pop".

Curiosamente, ainda há poucos meses o mesmo jornal oficial do Vaticano havia incluído Revolver , dos Beatles, entre os melhores álbuns de sempre.

O novo apreço do Vaticano pela música contemporânea encontra curioso paralelo na nomeação do Papa Bento XVI para um Brit Award.

Na altura a banda deixava as digressões e John Lennon começou a consumir LSD e a virar-se para o espiritualismo de influências orientais. A sua escrita muda drasticamente e começa a incorporar elementos carregados de surrealismo: ouça-se 'I Am The Walrus', por exemplo.

Durante as escavações efectuadas por uma equipa de construção numa das antigas residências de John Lennon (em Weymouth, sul de Inglaterra), em 1967, foi descoberta uma bolsa de couro contendo vários frascos com LSD que, alegadamente, pertenceriam ao cantor.

Os primeiros fãs de Lennon a ter oportunidade de comentar o achado, remetem para a viagem dos Beatles à Índia, em 1967, momento em que a banda renunciou publicamente ao uso de drogas. Antes da partida, Lennon terá então escondido o LSD no quintal de sua casa.

É mais ou menos nesta altura que conhece Yoko Ono, tantas vezes apontada como a principal causa de cisão dos Fab Four. Virando costas às críticas dos companheiros e à fama inerente aos Beatles - e talvez com a ajuda das drogas que o tornavam cada vez mais introspectivo -, John Lennon inicia uma carreira a solo com Ono. Estávamos em 1969 e Lennon precisou de um ano para editar o primeiro álbum a solo: "John Lennon/Plastic Ono Band", com hinos como 'Mother' ou 'Working Class Hero'.

Mais do que a viúva de John Lennon, Yoko Ono tem sido uma reconhecida artista plástica e uma experimentalista do rock. O álbum "Season of Glass", gravado "a quente" após o assassínio do ex-Beatle, é um dos seus discos seminais.

"Lamento não ter nascido norte-americano, lamento não ter nascido em Greenwich Village", dizia John Lennon nos anos 70, os seus anos em Nova Iorque, um período marcado pela campanha contra a guerra do Vietname, pelo movimento pacifista e pela luta para não ser deportado. As cartas de apoio da cantora Joan Baez e do então presidente da câmara de Nova Iorque, John Lindsay, ao departamento de imigraçãoe foram entre as peças mostradas pela primeira vez, na exposição em Manhattan, revive a paixão de John Lennon pela cidade. "Se eu tivesse vivido na época do Império Romano, teria vivido em Roma. Onde mais? Nova Iorque é Roma. Nova Iorque é o centro da Terra", dizia ele.Os protestos de Lennon incomodavam Nixon. Hoje sabe-se que o FBI o investigava.

O ano de 1971 traz um Lennon plenamente consciente do seu poder como activista. Em Nova Iorque, vira-se contra o governo norte-americano e a sua política bélica e às custas do tema 'Happy Xmas (War is Over)' ia acabando deportado. Na América, chegou a número um de vendas, colaborou com John Lennon e David Bowie, mas nunca deixou de escrever a solo. Embora se tenha separado durante 18 meses de Yoko Ono, os dois nunca deixariam de ser um casal. Lennon via nela o aliado ideal, quer musical, quer socialmente.

Mas seria a mesma América que lhe granjeou fama, paz de espírito e notoriedade activista, que lhe tirou a vida. A 8 de Dezembro de 1980, Mark David Chapman avistou-o a entrar em casa e disparou quatro vezes sobre as costas de Lennon. Ainda foi levado para o hospital, mas acabou por ser declarado morto ao chegar ao local. John Lennon foi cremado em Nova Iorque e as suas cinzas foram espalhadas no Central Park, onde está localizado o memorial Strawberry Fields.

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