Não me entendo e ajo como se me entendesse.
Clarice Lispector Perto do coração selvagem.
De família judaica, recebeu o nome de Haia Lispector, terceira filha de Pinkouss e de Mania Lispector. Seu nascimento ocorreu durante a viagem de emigração da família em direção ao continente americano. Emigrou com a família para o Brasil quando tinha pouco mais de um ano de idade.
Em 1944 publicou seu primeiro romance, Perto do coração selvagem.
Seu romance mais famoso talvez seja A hora da estrela, o último publicado antes de sua morte.
Clarice narra a história de Joana, uma jovem que logo fica órfã de pai e mãe, e que desde sempre tem o costume da introspecção.
É um livro que fala muito do impulso criativo. A personagem Joana é retratada desde a infância até a maturidade sempre por meio desse lado inquieto do ser, em busca de sua própria identidade e de sua visão pessoal do mundo.
O romance caminha em passos árduos, num silêncio branco.
Árdua é a leitura do livro, pois como foi dito, não se volta mais a supefície como antes. É um mergulho, é uma tentativa de saber a si mesmo, de perguntar-se pouco, compreender mais e entender o que for necessário. É um romance para sentir "no estômago", e não para ser entendido. Clarice Lispector é deveras humana, a sua busca pela lucidez revela, de um outro ângulo, sua insatisfação com uma realidade moldada.
Como disse Hermam Hesse " Não há caminho mais obscuro para o homem do que aquele que o leva para si mesmo".
Clarice mostra, neste romance, que o caminho é obscuro apenas enquanto não encontramos, reconhecemos, identificamos e transmutamos nossa própria luz. O túnel é profundo, mas como se saber o que tem no final se nos acostumamos com a escuridão da inconsciência?
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