23/05/2010

Em "Heavy Metal", Dee Snider e Frank Zappa depõem no Congresso

O livro foi escrito pelo americano fanático por metal Ian Christie.
Ian Christe nasceu em 1970. É escritor e dj. Escreveu para diversas publicações de música, como a "Spin", "Blender", "Guitar World" e "Wired", entra outras. É autor do livro "Heavy Metal: A História Completa", um rico panorama deste género do rock que foi traduzido para mais de dez idiomas. Christe também é músico, integrando uma banda de metal.

Dos primórdios, nos anos 1970 até os desdobramentos do estilo nas décadas que se seguiram, o livro é repleto de fotos e conta com listas dos melhores discos de cada época, das melhores músicas de cada subgénero (glam rock, death metal, metal melódico), datas importantes, segredos de bastidores, enfim, a memória e o futuro do Metal, imperdível para os fãs!

O livro mostra como o Heavy Metal mudou os rumos da música. Fortemente influenciado pelo blues, o género nasceu no início da década de 1970, com a explosiva banda inglesa Black Sabbath, liderada pelo carismático Ozzy Osbourne, das letras, da agressividade, da distorção e das influências que fizeram Tony Iommi o grande arquitecto do heavy metal. Christe mostra a evolução do estilo, como entrou nos Estados Unidos e como chegou a outros países e culturas. Acompanhou tudo de perto, como grande coleccionador sempre teve contacto directo com os músicos, principalmente com bandas americanas como Metallica, Slayer, Megadeth e Anthrax.

Num cenário musical e cultural dominado pelos hippies e o lema "Paz e Amor", em meio a um contexto de guerras e conflitos sociais, o peso do Heavy Metal chegou para reflectir a insatisfação e obscuridade de uma época, mas permaneceu, conquistando fãs no mundo inteiro.

A edição que saiu no Brasil (o livro já foi lançado em vários países ,incluindo Japão, Alemanha, Finlândia, Croácia e França) já vem actualizada sobre a influência do heavy metal nos países muçulmanos e em Israel. Este estilo infiltra-se em qualquer tipo de sociedade, independentemente da religião ou política do país, conquistando os jovens de todas as classes sociais.

Dubai, nos Emirados Árabes, da Líbia, Síria, Palestina, Líbano, Egipto e tantos outros países até no Iraque, que ainda vive uma situação de guerra, existem fãs, bandas e uma cena de metal, dando aos jovens algum tipo de esperança no meio do caos.


"Em 19 de Setembro de 1985, o Comitê de Comércio do Senado convocou audiências, devido à insistência das senhoras Baker e Gore em levar adiante suas crenças de que discos deveriam ser classificados e sofrer restrições do mesmo modo que filmes. Como disse Tipper Gore ao recinto maioritariamente republicano: "Nós estamos pedindo à indústria fonográfica que voluntariamente ajude os pais preocupados, colocando uma etiqueta de aviso em produtos musicais inapropriados para crianças, por causa de seu conteúdo violento e sexualmente explícito". Enquanto isso, do lado de fora do Congresso, manifestantes religiosos levantavam cartazes para as câmaras de televisão nos quais se lia "O ROCK DESTRÓI AS CRIANÇAS" e "NÓS JÁ AGUENTAMOS O SUFICIENTE".

Isso não era um convite ao diálogo - era uma armadilha. Uma das bandas rotuladas como indecente eram os Twisted Sister, e o seu carismático vocalista, Dee Snider, foi a Washington com Frank Zappa e o cantor/compositor John Denver. "Eles contactaram o meu empresário", diz Snider, "e queriam saber se eu poderia ir e testemunhar, pensando 'vamos pegar o personagem mais emblemático do metal hoje em dia e colocá-lo lá como o garoto-propaganda da censura'. Eles foram pegos de calças curtas, porque não sabiam que eu estava por dentro do que estavam falando".

Para ilustrar o seu ultraje, o PMRC apresentou capas de álbuns ampliadas e recitou letras ofensivas, tudo fora de contexto. Para atiçar os instintos da imprensa, a organização fez uma tabela dos artistas mais chocantes da época - um conjunto aleatório que compreendia Madonna, Def Leppard, Wendy O. Williams, W.A.S.P., Mötley Crüe e The Mentors.

Muitos desses foram escolhidos por sua nocividade manifesta, mas havia também uma atenção especial a músicas com temas ligados ao oculto. A maioria delas nunca tinha alcançado, ou nem nunca tinha tentado alcançar, um público de massa com tal magnitude. "Eu imagino que a pior coisa que poderia nos acontecer foi até positiva", nota King Diamond. "O PMRC colocou o Mercyful Fate na sua lista dos '15 imundos'. Acho que das nossas eles pegaram 'Into the coven', mas podiam ter seleccionado qualquer outra música!"

Quem quiser ter mais informações sobre o Ian Christie, que tem outras publicações sobre bandas do estilo, pode ver a página dele no MySpace.

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