A internet é hoje em dia o reflexo daquilo que somos para o bem e para o mal. Eu criei este blogue com o objectivo de falar sobre a cultura pop - musica, cinema, livros, fotografia, dança... porque gosto de partilhar a minha paixão, o meu conhecimento a todos. O meu amor pela música é intenso, bem como a minha curiosidade pelo novo. Como não sou um expert em nada, sei um pouco de tudo, e um pouco de nada, o gosto ultrapassa as minhas dificuldades. Todos morremos sem saber para que nascemos.
08/11/2009
FERNANDO VICENTE
Quando eu pinto eu gosto de o fazer em material impresso, é uma forma de unir a minha paixão por temas como anatomia e mecânica, e meu hobby de recolha de cartazes, mapas, atlas, geografia com o meu trabalho. Para encontrar esse material eu fui para o "flea market" de Madrid (denominado "Rastro"), e em lojas e feiras de antiguidades. Mesmo a minha primeira exposição foi uma série de pinturas em propagandas (como os realizados em abrigos de autocarros) e os cartazes que anunciam shows.
Muitos desses cartazes são arrancados da parede da rua, eles gastam algum tempo no estudo antes de eu sequer pensar em utilizá-los como suporte para uma pintura. Uma vez eu comprei uma colecção de cartazes de um mecânico e eles me acompanharam por alguns anos antes de se tornarem temas na minha série Anatomies. Eu tento usar os cartazes para encontrar a forma da figura humana, a criação de tipos de ciborgues robóticos ou formulários. Eu estou sempre interessado em cultura cyberpunk e do corpo humano.
A série Vanitas compreende a minha última exposição, e é o material que ainda estou a trabalhar: o corpo humano sem subterfúgios, por fora e por dentro, a sua fragilidade. É o espelho para olhar para perceber o quão frágil somos, o que pensamos, e que todos temos o mesmo vísceras, artérias e músculos.
Dentro do corpo humano é uma enorme beleza. Eu estou entusiasmado por ela, que levou anos e a uma seleção de livros de medicina e atlas anatómicos. Esta série de tentativas para reflectir a sua beleza. Durante muito tempo o interior do corpo humano tem sido reservado para uso exclusivo da medicina e da ciência, é tempo agora para reivindica-lo para a nossa contemplação. O Vanitas é um tema recorrente na história da pintura (Vanitatis Vanitas vanitatum, omnia: "vaidade das vaidades, tudo é vaidade"), pretendeu transmitir a futilidade dos prazeres mundanos, em comparação com a certeza da morte, normalmente representado por uma caveira rodeada pela riqueza. Lembra-nos que o esqueleto do nosso tempo é finito e, portanto, é inútil para acumular riqueza.
Vanitas: Eu tento representar essa vaidade nova moda e glamour, muitas personagens principais das pinturas são como capas de revistas de moda a ironizar como Vanity Fair, "omnia vanitas"
Fernando Vicente
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