Morreu Lou Reed, o poeta do rock.
Compositor, cantor, guitarrista, líder dos Velvet Underground, Lou Reed, um dos mais inventivos e influentes criadores da música popular americana da segunda metade do século XX, morreu este domingo aos 71 anos em Long Island. As causas da morte ainda não foram divulgadas, mas é provável que não sejam alheias ao transplante de fígado a que o músico nova-iorquino se submeteu em Maio.
Os últimos 50 anos de
música rock seriam algo bastante diferente sem ele, algo que só poderia
dizer-se com idêntica propriedade de um conjunto muito restrito de
músicos. No final dos anos 1960, com os Velvet Underground, Lou Reed,
diz o seu obituário na revista Rolling Stone, “casou beleza e barulho, ao mesmo tempo que trazia toda uma nova honestidade lírica ao rock’n rol”.
Os The Primitives são depois rebaptizados The Warlocks. E quando se juntam ao grupo o guitarrista Sterling Morrison e o percussionista Angus Maclise, nasceu não apenas uma nova banda, mas, na opinião de alguns críticos, a melhor banda de rock de todos os tempos: os Velvet Underground. O grupo não teve grande sucesso comercial nos anos sessenta, mas alguém já observou que muitos dos jovens que ouviram o seu álbum de estreia em 1967, The Velvet Underground & Nico, correram a criar as suas próprias bandas.
Quase não há um tema nesse primeiro álbum, produzido por Andy Warhol, que não seja hoje um clássico da música pop, de I’m Waiting for the Man e Venus in Furs a All Tomorrow’s Parties ou aos sete minutos de Heroin. O grupo durou pouco (Cale saiu logo em 1968), mas a sua influência perdura até hoje.
Com o fim dos Velvet em 1970, Reed parte para o Reino Unido, onde grava um disco com músicos dos Yes. Mas é o com o disco seguinte, Transformer, produzido por David Bowie, que se torna uma estrela incontestável do firmamento rock. O tema Walk On the Wild Side torna-se um sucesso, mas o disco inclui outras canções justamente célebres, como Perfect Day ou Vicious.
Nas décadas seguintes, Lou Reed vai sempre inovando, e muitas vezes driblando as expectativas dos seus fãs, num trajecto que inclui álbuns como Berlin (1973), o experimentalista Metal Machine Music (1975), Blue Mask (1982), New Sensations (1984), New York (1989) ou o recente Hudson River Wind Meditations, de 2007.
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