Em boa verdade, uma palavra pode valer mil imagens... Num mundo dominado pela indiferenciação (televisiva) das imagens, Julião Sarmento insiste num outro programa pedagógico: o de garantir ao espectador que o seu olhar é sempre uma forma de leitura. Ou ainda (e porque esta é uma obra de paciente perscrutação das ambivalências do prazer): que o espectador não se escude no fingimento de quem apenas contempla o desejo do “outro” (pintor, fotógrafo, cineasta, etc.), já que o seu olhar é sempre um instrumento (ou como dizia o outro: uma máquina) desejante. Há, por isso, um desconcertante efeito realista na notável exposição retrospectiva de Julião Sarmento, comissariada por João Fernandes e James Lingwood (patente em Serralves, até 3 de Março de 2013).
Diário de Notícias (16 Dezembro), com o título 'Nas palavras de Julião Sarmento'.
O Museu de Arte Contemporânea de Serralves inaugurou no dia 23 de Novembro a mais completa exposição retrospectiva de Julião Sarmento (Lisboa, 1948) até agora realizada. Nas últimas quatro décadas, a obra de Julião Sarmento tem conseguido uma ampla circulação internacional, fazendo do seu autor um dos mais reconhecidos artistas contemporâneos portugueses.
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