NO BRASIL
Ex-morador de rua dirige bicicloteca no centro de São Paulo.Marcou-o especialmente o livro "A Revolução dos Bichos", de George
Orwell, que encontrou em uma minibiblioteca de um albergue no Brás. O
título da obra chamou a sua atenção. "Comecei a pensar que, se os
animais são capazes de mudar suas vidas, por que nós, que somos animais
racionais, não podemos mudar?".
A mulher e os dois filhos -um casal- viriam depois, quando já
estivesse devidamente instalado. Carregara consigo uma quantia de dinheiro proveniente da venda de uma
propriedade e alguns animais, e o propósito de estabelecer um negócio
próprio -"comprar um prediozinho, montar um restaurante, começar uma
vida nova".
Logo que desembarcou no Terminal Rodoviário do Tietê, há 12 anos,
Robson, então com 50 anos de idade, diz ter sido vítima de um sequestro.
"Da rodoviária, vendo todo o dinheiro que eu tinha, eles me levaram até
o vale do Anhangabaú, onde fizeram um documento falso de aposentado por
invalidez, usado para sacar mais no banco.
Destituído de qualquer pertence, passou a perambular pelo centro da
cidade e a dormir na praça da Sé. Desorientado, não conseguiu mais
contato com a família. "Tentei entrar na Câmara [Municipal de São Paulo]
para dar um telefonema, mas fui proibido por ser morador de rua."
Foi levado para um albergue em Santo Amaro, na zona sul, do qual
retornou para a região da praça da República para vender picolés e
procurar a quadrilha que o havia sequestrado. Ele a descobriu, mas
"ficou no dito pelo não dito, eles não foram presos nem nada".
A partir do conceito de biblioteca itinerante, foi desenhado e
construído um triciclo com um baú acoplado, com capacidade para 300
volumes. O objetivo era emprestá-los a qualquer pessoa -e não só a quem
vivesse nas ruas- que se interessasse em lê-los, sem burocracia e sem
que precisassem ser devolvidos. Robson seria o condutor do veículo e do
projeto.
Depois de circular por três meses, a primeira bicicloteca foi roubada
por um viciado em crack. Robson vivia assim outra grande dor, mas, dessa
vez, havia muito o que fazer. Ele passou uma noite em claro na busca de
pistas que o levassem ao paradeiro do triciclo. A investigação foi
parar nas redes sociais; um vídeo da saga, produzido por Paiva, foi
visto por mais de 100 mil pessoas na internet. A mídia se interessou
pelo tema, que foi assunto até na BBC e no jornal francês Le Monde.
A bicicloteca foi recuperada. O projeto atraiu empresas que financiaram
um modelo elétrico, com acesso à internet e placa solar. No último ano,
foram emprestados 107 mil livros, 60% deles para pessoas em situação de
rua, 20% para estudantes e 20% para a população em geral.
EM PORTUGAL
Se não for mais um daqueles “pensar alto”.... quem usar a bicicleta em Gaia terá descontos na factura da água.Os gaienses que utilizam a bicicleta como meio de deslocação para o trabalho poderão reduzir a sua factura da água e reaver o investimento num prazo de 18 meses.
O processo é simples e passa pela criação de um parque de estacionamento com um kit de registo eletrónico onde, a cada dia de utilização, o cidadão deverá passar a sua bicicleta, para contabilização, após o que recebe um cheque ambiental que “pode deduzir em vários tipos de facturas e impostos municipais”
Para “dar o exemplo”, o autarca irá “fazer uma campanha interna forte para que seja a administração a dar o exemplo” e os trabalhadores da autarquia e empresas municipais os primeiros a usar as 2 rodas.
EM NOVA YORK
Enquanto no Rio de Janeiro se gaba dos seus 250km de ciclovias (boa parte dos quais são para passeio, outros são maquilhagens a preços de rodovias), Nova York construiu 450km em cinco anos, incluindo o fecho de pistas de avenidas tão singelas quando a Broadway para o trânsito de bicicletas.
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