15/11/2012

FRANZ KAFKA

Condenado pelo autor antes da morte, esse texto fragmentado foi salvo da fogueira, seu amigo Max Brod, que o lançou em 1927.

Segundo Max Brod, o amigo que se recusou a destruir os manuscritos de Kafka (1883-1924), contrariando a vontade do escritor à morte, "O Desaparecido ou Amerika", romance inacabado escrito entre 1912 e 1914, deveria terminar com um capítulo sobre o "Theatro de Oklahama", "o maior teatro do mundo". O que Kafka deixou desse "último capítulo" não passa de um fragmento, mas é uma das principais chaves para a compreensão do seu primeiro romance.
 
O austríaco Thomas Bernhard dizia: "Quando se abre um dos meus livros, acontece o seguinte: é preciso imaginar que se está no teatro". Seria possível dizer a mesma coisa de qualquer livro, de qualquer autor. Todo romance encena um tipo de teatro. Kafka, Beckett e Thomas Bernhard, entretanto, fazem desse elemento da representação literária uma evidência incontornável para o leitor. Trata-se sempre de uma representação da representação.

O "lugar" encenado na literatura é uma combinação de imaginação e memória, uma recriação simbólica do mundo pela imaginação. 


A América de Kafka é "Amerika", um país ao mesmo tempo imaginário e real. Kafka nunca pôs os pés fora da Europa.A América de Kafka é uma espécie de empresa que abarca o mundo, onde a redenção é conseguir um emprego, conseguir fazer parte, pertencer.

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