Não será exagero dizer que há anos muitos esperavam por este momento; sempre diferentes, sempre punks, fascinados pelo jazz e por África, anarquistas de coração, os The Ex virão a Lisboa no próximo dia 14 de novembro para um concerto que promete alcançar estatuto lendário mal soem as 22h.
Tendo editado o seu último disco em 2011, Catch My Shoe, esta será a primeira vez que a banda holandesa pisa solo português.Formados em 1979, The Ex é uma instituição do punk europeu. Indo muito além dos riffs de três acordes, o grupo absorveu elementos de improvisação livre, música folk do leste europeu da Turquia, e música africana.
O quarteto de punk experimental holandês The Ex fez a sua primeira
turné brasileira entre setembro e outubro deste ano. Foi a primeira vez
do grupo na América do Sul, fizerem shows gratuitos em São Paulo, no Metrópolis em 25/09/2012, e no Jardim Suspenso do CCSP (30/9).
Os The Ex também nunca abandonaram as suas raízes anarquistas, sempre lançando
os seus álbuns de forma independente – pela própria Ex Records –
e gravando hinos revolucionários que vão de “Ay Carmela”, da Revolução
Espanhola de 1936, a “Huriyet”, canção do povo Blin compilada nos
cassetes da EPLF durante a guerra de independência a Eritreia.
Por altura da celebração do seu 25º aniversário, a histórica banda
holandesa organizou uma festa/festival na sala Paradiso, em
Amesterdão, que durou dois dias.
Estávamos em Novembro de 2004 e para
esse festival foram convidados diversos músicos amigos da banda. Um
deles foi o saxofonista etíope Getatchew Mekuria - lendário no seu país,
com uma actividade musical que se iniciou no longínquo 1948, este
saxofonista era até há pouco tempo praticamente desconhecido além
fronteiras.
Depois desta colaboração com o I.C.P., o saxofonista juntou-se aos The Ex, actuando com a banda numa tour que percorreu França.
Mekuria foi chamado propositadamente para o festival e foi
convidado a actuar com o Instant Composers Pool, o grupo holandês de
livre improvisação que reúne, entre outros, Misha Mengelberg e Han
Bennink. O fruto da reunião foi de tal modo surpreendentemente positivo
que actuaram juntos em mais dois espectáculos, em Bruxelas e no festival
de jazz de Moers.
Apesar de surgir tarde (Getatchew andará pelos 78 anos de idade) foi uma forma de mostrar ao mundo um enorme saxofonista que
quase passou ao lado da história - mas o mundo ainda vai a tempo de lhe
prestar atenção. Numa era em que a tecnologia nos permite conhecer tudo
em poucos segundos, num tempo em que sobram poucas coisas para
descobrir, é um prazer encontrar fenómenos como este rei do saxofone da
Etiópia.
Também alvos de um verdadeiro culto em Portugal, a banda sueca Cult of Luna estará em janeiro para dois concertos, Lisboa e Porto, para promover o seu sexto álbum de originais, ainda sem nome, sabendo-se apenas que sairá em 2013. Os espectáculos estarão a cargo da Amplificasom, em parceria com a Prime Artists, com os bilhetes a custarem 20€ tanto para o concerto de Lisboa (28 de janeiro, Paradise Garage) como para o do Porto (29, Hard Club).
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