Génio e/ou louco, Glauber Pedro de Andrade Rocha possuía realmente um dom: seja em suas declarações surpreendentes, e na suas ações causavam alvoroço na mídia ou nos seus filmes sempre soube deixar a sua marca no público.
Três filmes, dos vários de Glauber Rocha , já é suficiente para colocá-lo entre os maiores cineastas contemporâneos: Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), Terra em Transe (1967), O dragão da Maldade Contra o Canto Guerreiro(1969).
As suas grandes paixões foram o cinema e a política, os seus filmes tentavam uma libertação da arte pelo Terceiro Mundo. A sua vida amorosa foi intensa, com muitos amores, diversos casamentos e cinco filhos
Um dos criadores do movimento Cinema Novo, Glauber Rocha foi também um revolucionário, um sujeito que pensava sobre a cultura brasileira e um criador de inúmeras polêmicas. Turbulento, grande apreciador da arte barroca, sem pudores, conflituoso, ele conseguiu causar sentimentos de amor e ódio em muitas pessoas por todo mundo, tendo sido considerado gênio e também um louco, mas sem nunca ter passado desapercebido por quem o conheceu.
Depois da apresentação em Veneza, na qual não ganhou nenhum prêmio com o longa Idade da Terra, desanimado e doente, passou uma temporada na Europa, em companhia da mulher e dos filhos. Voltou para o Brasil nos seus últimos dias de vida, já em fase terminal de uma infecção pulmonar, para morrer em poucos dias. Com sua morte o país perdeu um dos cineastas que mais lutaram por um cinema descolonizado e inovador, não só no Brasil, mas em toda América Latina.
Sem comentários:
Enviar um comentário