Distante da poesia concreta e dos experimentos que o levaram a abandonar
os Titãs no começo da década de 1990, o músico paulistano vem
edificando um enorme catálogo de versos e canções acessíveis, desde que resolveu (involuntariamente) no começo dos
anos 2000 abandonar o aspecto demasiado hermético das suas obras,
produzindo então composições mesmo não convencionais voltavam-se para uma linguagem mais comercial.
O poeta Arnaldo Antunes e o guitarrista
Edgard Scandurra tem desenvolvido além de shows, uma parceria ao longo de dez anos e músicas nos seus discos mais recentes, na última década, como “Música para Ouvir”, do álbum Um Som, de
Arnaldo Antunes (2002), e “O Buraco do Espelho”, banda sonora do filme
Bicho de 7 Cabeças (2001), de Lais Bodanzki.
O próprio Scandurra, aparece no CD/DVD “Arnaldo Antunes ao vivo no Estúdio”, lançado em 2007, toca com
Arnaldo “Judiaria”, de Lupicínio Rodrigues, gravada pela dupla no álbum
Ninguém (1995). O guitar hero Scandurra, foi eleito cinco vezes pela
crítica especializada o maior guitarrista do Brasil, lançou o
disco “Amor Incondicional”.
Edgard Scandurra começou a tocar
guitarra ainda criança e aos 15 anos já liderava a banda de punk-rock
Subúrbio, que mais tarde virou o Ira!-o grupo separou-se em meados de 2007.
Figura do rock
underground brasileiro, tocou bateria nas bandas “Mercenárias” e
“Smack”.
Canhoto e autodidata desenvolveu uma técnica única tocando com
as cordas invertidas, usando guitarra de destro com a mão esquerda.
Em
1990, gravou seu primeiro disco solo, “Amigos Invisíveis”. Com o projecto eletrónico “Benzina A.k.a Scandurra” arriscou mudanças do rock para a eletrónica, gravou três discos e apresenta-se em festivais de musica eletrónica importantes como Skol Beats e Universo Paralelo.
Se ambos os artistas – amigos desde a década de 1980 – pareciam
partilhar de uma mesma renovada percepção musical, por que não uni-los
em um projeto em conjunto? Faltava ainda um elemento para que isso se
concretizasse.
Rapidamente solucionado após uma
apresentação do músico malinês Toumani Diabate no festival Black2Black
em 2010, foram convidados a dividir o concerto com o musico do mali.
Diabate – renomado artista nascido na cidade de Bamko em 1965 e vencedor do Grammy 2010 de melhor álbum de World Music – acompanhado da sua Kora (tipo de harpa com 21 cordas), mais do que um resgate da já velha aproximação entre a música brasileira e os ritmos africanos, A Curva da Cintura- conta com a produção de Gustavo Lenza – que já trabalhou ao lado de nomes como Céu e Curumin, foi gravado em Mali e São Paulo.
Em Bamako, os músicos ficaram duas semanas gravando com
Toumani, o seu filho, Sidiki Diabaté, e outros músicos locais. Compuseram mais alguns temas além dos que já haviam feito.
O lançamento do disco em parceria com a
MTV, sob o selo Especial MTV, juntou o documentário, dirigido por
Dora Jobim, com cenas das gravações em Mali.
A internet é hoje em dia o reflexo daquilo que somos para o bem e para o mal. Eu criei este blogue com o objectivo de falar sobre a cultura pop - musica, cinema, livros, fotografia, dança... porque gosto de partilhar a minha paixão, o meu conhecimento a todos. O meu amor pela música é intenso, bem como a minha curiosidade pelo novo. Como não sou um expert em nada, sei um pouco de tudo, e um pouco de nada, o gosto ultrapassa as minhas dificuldades. Todos morremos sem saber para que nascemos.
07/10/2012
ARNALDO ANTUNES + EDGARD SCANDURRA-TOUMANI DIABATE
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