07/10/2012

ARNALDO ANTUNES + EDGARD SCANDURRA-TOUMANI DIABATE

Distante da poesia concreta e dos experimentos que o levaram a abandonar os Titãs no começo da década de 1990, o músico paulistano vem edificando um enorme catálogo de versos e canções acessíveis, desde que resolveu (involuntariamente) no começo dos anos 2000 abandonar o aspecto demasiado hermético das suas obras, produzindo então composições mesmo não convencionais voltavam-se para uma linguagem mais comercial.

O poeta Arnaldo Antunes e o guitarrista Edgard Scandurra tem desenvolvido além de shows, uma parceria ao longo de dez anos e músicas nos seus discos mais recentes, na última década, como “Música para Ouvir”, do álbum Um Som, de Arnaldo Antunes (2002), e “O Buraco do Espelho”, banda sonora do filme Bicho de 7 Cabeças (2001), de Lais Bodanzki.

  O próprio Scandurra, aparece no CD/DVD “Arnaldo Antunes ao vivo no Estúdio”, lançado em 2007, toca com Arnaldo “Judiaria”, de Lupicínio Rodrigues, gravada pela dupla no álbum Ninguém (1995).  O guitar hero Scandurra, foi eleito cinco vezes pela crítica especializada o maior guitarrista do Brasil, lançou o disco “Amor Incondicional”.

Edgard Scandurra começou a tocar guitarra ainda criança e aos 15 anos já liderava a banda de punk-rock Subúrbio, que mais tarde virou o Ira!-o grupo separou-se em meados de 2007.

Figura do rock underground brasileiro, tocou bateria nas bandas “Mercenárias” e “Smack”.

 Canhoto e autodidata desenvolveu uma técnica única tocando com as cordas invertidas, usando guitarra de destro com a mão esquerda.

 Em 1990, gravou seu primeiro disco solo, “Amigos Invisíveis”. Com o projecto eletrónico “Benzina A.k.a Scandurra” arriscou mudanças do rock para a eletrónica, gravou três discos e apresenta-se em festivais de musica eletrónica importantes como Skol Beats e Universo Paralelo. 

 Se ambos os artistas – amigos desde a década de 1980 – pareciam partilhar de uma mesma renovada percepção musical, por que não uni-los em um projeto em conjunto? Faltava ainda um elemento para que isso se concretizasse.

Rapidamente solucionado após uma apresentação do músico malinês Toumani Diabate no festival Black2Black em 2010, foram convidados a dividir o concerto com o musico do mali.

 Diabate – renomado artista nascido na cidade de Bamko em 1965 e vencedor do Grammy 2010 de melhor álbum de World Music – acompanhado da sua Kora (tipo de harpa com 21 cordas),  mais do que um resgate da já velha aproximação entre a música brasileira e os ritmos africanos, A Curva da Cintura- conta com a produção de Gustavo Lenza – que já trabalhou ao lado de nomes como Céu e Curumin, foi gravado em Mali e São Paulo.

Em Bamako, os músicos ficaram duas semanas gravando com Toumani, o seu filho, Sidiki Diabaté, e outros músicos locais. Compuseram mais alguns temas além dos que já haviam feito.

 O lançamento do disco em parceria com a MTV, sob o selo Especial MTV,  juntou o documentário, dirigido por Dora Jobim, com cenas das gravações em Mali.

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