A internet é hoje em dia o reflexo daquilo que somos para o bem e para o mal. Eu criei este blogue com o objectivo de falar sobre a cultura pop - musica, cinema, livros, fotografia, dança... porque gosto de partilhar a minha paixão, o meu conhecimento a todos. O meu amor pela música é intenso, bem como a minha curiosidade pelo novo. Como não sou um expert em nada, sei um pouco de tudo, e um pouco de nada, o gosto ultrapassa as minhas dificuldades. Todos morremos sem saber para que nascemos.
18/05/2012
CHARLES BUKOWSKI
.Nasceu em 1920, na Alemanha, em Andernach, filho de um soldado norte-americano e de uma alemã. Aos três anos, foi levado para os Estados Unidos , tendo crescido em Los Angeles, onde aliás se manteria por cerca de cinco décadas. Começou a publicar em 1944, com vinte e quatro anos (prosa, no caso um conto), e só depois disso enveredaria pela poesia. Morreu em 1994, em São Pedro, na Califórnia, depois de terminar o romance Pulp.
Correios (Antígona, Abril de 2010), é um romance eminentemente americano, pelos incidentes rompantes, pela narrativa e diálogos vernáculos, pela sexualidade impiedosa e anti-romântica, e pela evocação de um antiquado universo masculino de álcool, tabaco, brigas, jogo e perseguição da fêmea.
O primeiro romance do autor norte-americano, publicado originalmente em 1971, traduzido para português por Rui Lopes, e as pertinentes palavras de Gerald Locklin, autor do prefácio: Bukowski roçou a genialidade tanto nos poemas como nos contos; porém, foi nos romances que (...) esteve no seu melhor. (...) Post Office (...) é um livro ao qual um aficcionado de Buk pode sempre voltar com terna nostalgia, uma obra-prima entre muitas produções literárias,«afastado do “cânone oficial”, mas destinado a ser um membro permanente de um cânone alternativo, ao lado do Marquês de Sade, de Henry Miller, de Anaïs Nin, e de outros que espalharam a sua verdade, quer esta ofendesse quer não as elites culturais, sem se importarem com a aprovação ou com o sentimento de ofensa dos professores» (p. 10)… Eis um dos riscos clássicos da chamada contracultura: vir o tempo a elevá-la, ou a rebaixá-la, conforme as perspectivas, ao nível da cultura.
Se há escritores cujo nome se transformou num conceito, Charles Bukowski (n. 1920 – m. 1994) é um deles.
Designar algo de bukowskiano pode significar muita coisa, mais ainda se tivermos, uma ideia mitológica do homem. Se assim for, arriscamo-nos a contaminar a leitura com o mito.
Charles Bukowski viveu, o mito alimenta-se da iconografia disponível. Uma coisa é construirmos em torno de um nome uma imagem, outra coisa é construirmos uma ideia em torno da imagem que temos do nome. E as imagens de que dispomos com Charles Bukowski a agredir a mulher durante a filmagem de um documentário, ou perdido de bêbedo no decorrer de um célebre programa televisivo francês para o qual havia sido convidado, fundamentam não só a ideia de um escritor rebelde, como tantos outros, de um maldito, como outros tantos, mas a de um homem diluído na sua própria obra. Entre as imagens daquele homem concreto e os movimentos de Henry Chinaski, o alter-ego literário do homem-escritor − de seu verdadeiro nome Heinrich Karl Bukowski, Jr. −, não resta qualquer diferença
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