As japonesas não fazem implante de silicone ou procuram deixar o "bumbum" maior. Ao menos não a maioria.
Todo o arsenal de cosméticos e técnicas que as japonesas usam para deixar os olhos maiores, cabelos mais lisos (se é que é possível) e claros, afinar a cintura, alongar as pernas não tem nada de ocidentalização. Tudo que as japonesas querem é serem ainda mais kawaii.
Em muitos países a mulher bonita e sexy é objecto de desejo dos homens. Não para os homens japoneses. Na língua japonesa há dois adjetivos que parecem ter o mesmo sentido mas têm conotação totalmente distintas: as palavras kirei (bonita) e kawaii (bonitinha). Kirei significa algo que é bonito, belo, talvez até sexy. Uma mulher kirei é uma mulher bonita e ponto final. Já a mulher kawaii é uma mulher bonitinha, delicada, doce, meiga, quase uma bonequinha.
Uma nova geração de homens assume que não gosta muito de mulheres de carne e osso. Para a imprensa local, esta subespécie é composta por "homens herbívoros com desprezo pelo sexo carnal". Os monges fazem votos de silêncio, de jejum, de sexo, e de contacto humano....
Os japoneses não são do tipo de abrir a porta do carro, nem de deixar a mulher entrar na frente, no restaurante.Os japoneses são frios, não sabem beijar,não gostam de ocidentais, são machistas, e gostam de mulheres submissas.
Esta rapaziada é escrava da tecnologia e da internet. Não saem de casa, ficam o dia todo no meio dos gadgets e no mundo virtual e, por isso, adquirem repulsa por tudo aquilo que tem presença física, por tudo aquilo que activa o tacto.
Trata-se dos homens herbívoros.
Os homens japoneses estão apresentando traços comportamentais que em qualquer outro tempo seria o suficiente para taxá-los como afeminados ou mesmo homossexuais. Justamente eles, que marcaram em pedra o arquétipo do macho rude e viril. Desde os tempos dos leais samurais, passando pelas atrocidades sanguinárias do Exército Imperial nas Guerras Mundiais, até chegar no executivo workaholic que agredia sexualmente as parceiras de trabalho quando as mulheres ainda engatinhavam com o movimento feminista no arquipélago. Esses tipos foram sucedidos por homens impactados pela estagnação econômica que paira sobre o Japão desde o início dos anos 90, que reagem à crise com um comportamento diametralmente oposto em relação ao estereótipo do macho japonês.
Os Soushoku Danshi (literalmente "garotos come-relva"), termo adaptado como homens herbívoros, cunhado em 2006 pela colunista Maki Fukasawa e popularizado pelo livro "Os homens herbívoros e afeminados que estão mudando o Japão" de Megumi Ushikubo, presidente da consultoria de marketing Infinity. Esses homens são assim chamados pela sua falta de interesse por sexo (não comem carne, daí o herbívoro) e pela negação da vida estonteantemente competitiva e acelerada de tempos passados. Algumas de suas características principais seriam:
Não têm uma postura tão competitiva em relação ao trabalho como os homens de gerações anteriores; Têm consciência de moda e comem pouco para ficar magro e caber em roupas mais apertadas; Tem amigas mulheres, são ligados às mães e vão às compras junto com elas (aproveitando o poderio económico dos pais); Não se interessam em namoros, garotas ou mesmo fazer sexo (optando por um prazer solitário com brinquedos eróticos); São muito económicos e adoram cupons de promoção, declarando que os que não poupam os centavos são estúpidos. Seus principais interesses passam a flutuar temas como fotografia, gastronomia, jardinagem, moda, desenho e coisas do gênero. Abrem mão de tudo o que possa custar um desgaste físico e/ou psicológico por essas pequenas particularidades inofensivas.
“Os homens japoneses na faixa dos vinte aos trinta e poucos anos parecem desinteressados em fazer carreira e apáticos com os rituais do encontro amoroso, sexo e casamento. Eles gastam a maior parte em roupas e cosméticos como as mulheres, vivem com suas mães e sentam na privada para urinar. Alguns estão até mesmo usando sutiã. O que está acontecendo com a masculinidade do país?” (Takuro Korinaga, economista).
A Miss Universo 2007, Riyo Mori não deixou de dar entrevistas e aparecer na televisão, e começou a escutar as primeiras críticas, curiosamente por parte de alguns japoneses, que não a consideram o ideal de beleza oriental."A dança formou meu caráter e penso que tenho alma de samurai", disse.
As críticas foram publicadas na revista semanal Shukan Bunshu, de maior tiragem no Japão. Segundo a publicação, Riyo não representa o estilo japonês e não é do gosto dos homens daqui, que preferem mulheres mais brancas, sem maquilhagem forte, menos atrevidas e sem o vestido de gueixa que utilizou a Miss Japão no desfile de trajes típicos na final no México.
A revista citou também o comentário do editor de um jornal local de desporto e variedades que confessou que quando viu a foto de Riyo na final do Miss Universo acreditou tratar-se da representante da Tailândia.
Para o evento, a Miss Japão se submeteu a um forte bronzeado e adotou poses sensuais que para os japoneses são mais típicos de Hollywood do que de uma miss.
Mas a francesa Ines Ligron, produtora do Miss Universo Japão desde 1998, que defende a desenvoltura e atrevimento de Riyo "No Japão, ainda impera a lei do castigo sobre os que se destacam em demasia", "É preciso mostrar mais personalidade própria e não copiar as poses dos ídolos populares", afirmou Ines Ligron.
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