Depois de uma edição esgotada em Lisboa, que contou com a presença de Toro Y Moi, EMA, PAUS, James Blake, entre outros, o Vodafone Mexefest está de regresso em 2012, desta vez numa edição a ter lugar no Porto.
Foi a vez do Porto receber o Vodafone Mexefest e a música invadiu as ruas da cidade. Entre o chocolate quente e as pipocas, na rua, St. Vincent e Russian Red foram algumas das protagonistas da noite musical. Por isso mesmo, saltos altos e roupa de gala ficam em casa. Com a energia "lá em cima", é calçar as sapatilhas e ligar o "pedómetro": afinal de contas, mexemos durante mais de seis horas e queremos saber a "quantas andamos" no final da noite.
E com mais de 20 concertos apenas para o primeiro dia, o festival abriu as "portas" bem cedo. Pelas 17h00, coube ao americano Josh Rouse inaugurar mais uma edição frenética do Mexefest no palco da FNAC de Santa Catarina. No centro da rua Passos Manuel, a senhora Lourdes Hernandéz bem-disposta e sorridente, a jovem espanhola que todos conhecem por Russian Red, esteve à conversa com os jornalistas.
Quando ainda passavam poucos minutos das oito da noite, já os novatos Zé Alguém tocavam na Estação de Metro do Bolhão, perante parco público, cenário que pela mesma hora se estendia a grande parte das ruas da cidade, culpa do Benfica-Porto a decorrer.
Mais tarde chegou a hora de os também portugueses Best Youth com a sua pop-electrónica em formato de trio e de calções brilhantes e top semi-transparente, a vocalista Catarina espalhou carisma, em voz límpida e batida forte. No Ateneu Comercial do Porto o brasileiro com nome inglês, Dani Black, uma atuação cheia de energia mas que não "roubou" público suficiente aos outros artistas, mas vale uma audição mais cuidada.
Terminado o concerto de Norberto Lobo, atravessar rapidamente a estrada para a energia e o som do concerto dos Capitão Fausto.
Noite de vozes poderosas
Seguiu-se no Coliseu do Porto, Nicki And The Dove. Perante um Coliseu a meio gás em termos de público, a banda desfilou o seu electro-pop espacial, em temas como «Last Night» ou «DJ, Erase My mind», enquanto a vocalista, cuja voz soava a Cyndi Lauper exibia as luzes nos seus dedos e beijava apaixonadamente o teclista da banda.
Chegada a hora do concerto de Russian Red, em Portugal para apresentar o seu mais recente trabalho «Fuerteventura», acompanhava-se a Farra Fanfarra pela rua até ao Ateneu Comercial.
Com o já conhecido "I Hate You But I Love",na Garagem Vodafone o concerto do britânico King Krule. Mas não se deixem enganar pelas aparências: o adolescente ainda com cara de miúdo tem uma voz forte e profunda que não deixa ninguém indiferente.
De tom angelical e presença serena, a cantora espanhola dos Russian Red,cantou o amor em voz doce, em temas como o melancómico «I hate you, but I love you», ou no feliz «The Sun, the trees», enquanto explicava que estava em Lisboa desde quarta-feira e que depois de conhecer o Porto percebeu que «quer ficar cá para sempre».
Regresso ao Coliseu do Porto para assistir ao concerto de St. Vincent, cantora, de nome verdadeiro Annie Clark, provavelmente um dos mais aguardados da noite e que deixou a sala praticamente cheia. O concerto de St. Vincent teve em garra o que o concerto de Russian Red teve em doçura.
«Cheerleader», «Cruel» ou «Strange Mercy» foram alguns dos pontos altos do espectáculo, assim como «Champagne Year». St. Vincent agradeceu a presença do público, falou da vitória do Porto e disse ter pena que as pessoas estivessem sentadas, quando ia tocar alguns temas mais dançáveis. O apelo nem precisou de ser repetido e de imediato praticamente todo o Coliseu ficou de pé, com muita gente a dirigir-se para a frente de palco, antes de St. Vincent se atirar a «Marrow», a uma versão de «She Is Beyond Good And Evil» dos Pop Group e a «Your Lips are black», sequência que fechou o concerto em apoteose, com a cantora a passear no meio do público.
Entretanto o concerto de Supernada, um dos projectos de Manel Cruz, já actuava no Teatro Sá da Bandeira. A banda, prepara-se para editar o álbum de estreia.
O Vodafone Mexefest regressa hoje com actuações de Twin Shadow o projecto musical de George Lewis Jr. que irrompeu pelas playlists de electrónica com um sabor retro em 2010.
Hanni El Khatib um músico a viver em Los Angeles, com descendência palestina e filipina, que carimbou o panorama do rock, com a edição do disco de estreia “Will te Guns Come Out”, um álbum que recupera os ecos do rock clássico de nomes como Buddy Holly ou Chuck Berry. Hábil no blues e no rock de inspiração garage capaz de agradar ao público de um Jon Spencer ou de uns Cramps (de quem, aliás, fez recentemente uma versão de "Human Fly").
De destacar ainda a presença de duas bandas de Barcelos, terra de distorção, que viu nascer, entre outros fenómenos roqueiros, os Alto! e os The Glockenwise.
Os portugueses Ladrões do Tempo, Lacraus, e Norton, e Foals DJ set, fazem parte do cardapio de hoje, 3 Março.
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